Marcha das Mulheres Negras de São Paulo fará ato online com intervenções de rua no dia 25 de Julho

Pelo quinto ano seguido, mulheres negras do estado de São Paulo apresentam suas reivindicações para toda a sociedade alertando-a contra o projeto genocida em todas as esferas de governo, e sua visão de mundo com base no Bem Viver. Esse ano, porém, por causa da pandemia, a manifestação não vai reunir as milhares de pessoas nas ruas da capital paulista, mas vai conectá-las de onde estiverem, em qualquer parte do mundo. Com o mote “Nem cárcere, nem tiro, nem Covid: corpos negros vivos! Mulheres negras e indígenas! Por nós, por todas nós, pelo bem viver!”, a Marcha de Mulheres Negras de São Paulo vai apresentar uma programação online, e intervenções de rua que serão transmitidas ao vivo no dia 25 de Julho – Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha e Dia Nacional de Teresa de Benguela.

A programação online começa a ser transmitida às 14h, com uma live de abertura conduzida por Yalorixás, saudando a ancestralidade. Em seguida, às 15h, será exibida programação infantil. Durante a Marchinha, as crianças vão assistir a contação de histórias, oficinas de bonecas abayomi, oficinas de confecção de instrumentos africanos e indígenas, e apresentação da palhaça Pururuca.

Às 16h, o bloco afro Ilú Obá de Min promove uma aula-espetáculo apresentando toques de ritmos afrodiaspóricos usados em sua bateria. Às 17h30, acontece a live “Marcha das Mulheres Negras 5 anos: perspectivas de futuro pós-covid”, produzida em parceria com o Sesc Itaquera, que vai relembrar a histórica marcha de 2015, na qual 50 mil mulheres negras se manifestaram em Brasília; analisar a conjuntura social e política, além de pontuar nossos anseios para o pós-pandemia.

Às 19h, poetas negras cis e trans promovem um sarau literário e uma femenagem póstuma a Tula Pilar e Helena Nogueira.

Às 20h, será realizada a live “Genocídio, Feminicídio, encarceramento e outras formas de nos matar”, que vai debater os temas presentes no mote deste ano.

Luana Hansen e Samba Negras em Marcha encerram a programação, a partir das 21h30.

Além da programação online, mulheres negras farão intervenções de rua, pela manhã, com faixas nas cinco regiões da cidade e na cidade de Santos. À noite, prédios receberão projeções com palavras de ordem e imagens históricas relacionadas ao combate ao racismo, ao machismo e a lesbotransfobia.

A Marcha resiste porque a luta não pára. No Brasil, a pandemia escancarou as desigualdades econômicas, sociais e raciais. A crise sanitária mostrou que o racismo estrutural impõe à população negra a maior vulnerabilidade diante da COVID-19, pois é esta parcela da população que segue sem acesso aos direitos básicos de saúde, saneamento, educação e moradia, particularmente, mulheres negras, pobres e trabalhadoras informais

“Erguemos nossas vozes contra o encarceramento em massa, o capacitismo, a lesbofobia, a transfobia, a intolerância religiosa, a xenofobia, o etarismo e em defesa de todas as Mulheres Negras, onde quer que elas estejam. Resgatamos nossa aliança de parentesco com as indígenas e marchamos pela construção de um novo marco civilizatório, no qual todas as mulheres negras possam viver com dignidade, alegria e prazer”, ressalta trecho do manifesto lançado pelo coletivo.

Serviço: O que: Marcha das Mulheres Negras de São Paulo fará ato online com intervenções de rua no dia 25 de Julho Onde: Os locais onde serão realizadas as projeções e os faixaços serão divulgados para a imprensa apenas no dia 25, para evitar aglomerações.

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