Desafios do 3º Congresso da CSP-CONLUTAS

DESAFIOS DO 3º CONGRESSO DA CSP-CONLUTAS:

Unidade de Ação para derrotar Temer e Frente de Esquerda para superar burocracia

A luta contra Temer teve seu pico em 2017 com a poderosa greve geral de 28 de abril que mobilizou nacionalmente a classe trabalhadora e a juventude. Esse movimento colocou em cheque as contrarreformas, reabriu a perspectiva do impeachment de Temer e da mudança da correlação de forças.

Depois desse momento de reação da classe trabalhadora, a burocracia tratou de desarticular o movimento, possibilitando que o governo retomasse a ofensiva. Temer amarga índices históricos de impopularidade, enfrenta resistência dos trabalhadores e outros setores, mas tem conseguido manter uma correlação de forças para impor ataques ao conjunto dos explorados e oprimidos.

Na conjuntura pós-greve geral a ofensiva reacionária caminha através de uma miríade de ataques aos direitos dos trabalhadores. Tivemos nesses últimos meses uma série de ataques: contrarreforma trabalhista; mineração em Reserva Florestal; terapia de reversão da homossexualidade; ameaça de golpe militar; fim da estabilidade no serviço público; contrarreforma política e a ameaça de aprovar a contrarreforma da previdência em novembro.

O impeachment de Dilma impôs uma correlação de forças de alcance conjuntural desfavorável para os trabalhadores. Afirmar isso não significa que haja uma derrota histórica ou coisa que o valha. Há muita disposição de luta e resistência e isso pode se verificar em uma série de greves, ocupações e demais ações por salário, moradia e direitos.

Superar o sectarismo para cumprir papel histórico

A CSP-Conlutas é uma central que caracteriza-se pela independência em relação aos patrões e a burocracia, que defende claramente um programa anticapitalista, a auto-organização dos trabalhadores, da juventude, das mulheres e dos oprimidos de forma geral. Por isso, cumpre um papel importante na luta de classes e deve se fortalecer!

Para isso é necessário romper com o isolamento a que a política sectária da sua direção majoritária tem imposto. A CSP levou uma posição desastrosa no último período: não soube caracterizar que o impeachment de Dilma estava a serviço de uma ofensiva reacionária para desalojar o governo de conciliação de classes do poder para que em seguida um governo neoliberal puro e duro levasse as contrarreformas até o final.

Essa posição acabou fazendo coro com a ofensiva reacionária e isolou a CSP da ampla vanguarda. Nossa posição de independência em relação à Dilma não poderia se confundir com cegueira política, devíamos sim lutar contra o impeachment, participar dos grandes atos de rua com coluna e política própria e apresentar uma alternativa programática independente da burocracia para a crise.

Para tirar política concreta para a realidade não podemos desconsiderar que o impeachment fortaleceu relativamente a burocracia em alguns setores. Fato que não significa que não exista desgaste, espaço para construir alternativas políticas ao lulismo, que os trabalhadores tenham sido derrotados estruturalmente e não irão resistir aos próximos ataques. Ao contrário, pensamos que os embates fundamentais contra Temer ainda estão por vir. Por isso, nossa central precisa ter uma política permanente para nacionalizar as principais lutas, apoiar efetivamente as greves e ocupações, atos de rua e disputar setores-chave da classe operária pela base.

Retomar a luta pelo Fora Temer, suas contrarreformas e unificar os lutadores 

É preciso desenvolver uma tática de frente única permanente para aproximar-se dos setores que estão em luta, como é o caso da Frente Povo Sem Medo, da Intersindical e de outros. Nossa central não é a única frente que faz a luta concreta, por isso é necessário romper com a autoproclamação vazia e começar a colocar-se como agente aglutinador destes setores, independentes e semi independentes, que resistem aos ataques dos governos e dos patrões. Só assim poderemos construir as condições para superar a burocracia lulista no próximo período.  

Nesse sentido, é necessário dar passos para a rearticulação das organizações sindicais, populares e estudantis não burocráticas. Assim, defendemos a abertura imediata da discussão para convocar um Encontro Nacional de Entidades e Lutadores com o objetivo de tirar um plano de ação e retomar as discussões para a reunificação dos setores independentes do movimento.  

Além disso, neste final de ano teremos uma batalha decisiva na luta de classes: a luta pelo Fora Temer e contra a “reforma” da Previdência. Por isso, é preciso organizar o Dia Nacional de Lutas e Paralisações, 10 de novembro, no espírito da mais ampla unidade de ação.