Imagens de tortura ocorrida na quarta-feira (6) à prefeita boliviana de origem indígena, pertencente ao partido Movimento ao Socialismo (MAS) de Evo Morales viralizam, vídeo mostra parlamentar exposta a humilhação pública por mais de quatro horas.

ROSI SANTOS, Vermelhas 11/11/2019

Um acontecimento inaceitável

No dia 6 novembro, em um ato de absoluta covardia à prefeita Arce de Vinto em Cochabamba foi arrastada pelas ruas e forçada a caminhar a pé até Huayculli, em Quillacollo, onde foi montada um palco para cortar seus cabelos e arremessaram tinta vermelha contra ela, em um dos atos mais racistas e machistas a uma parlamentar mulher.

Os criminosos aliados à oposição golpista de Luis Fernando Camacho, estavam todos armados com paus e pedras, sob insultos a forçaram a dizer que deixaria o cargo. Vídeos vêm circulando na internet com imagens de Arce, chorando e visivelmente aterrorizada.

Mesmo com todas as divergências políticas que se possa ter, é fundamental ter em conta que quando a direita avança são as mulheres as principais vítimas, inclusive as que supostamente estão sob a proteção institucional, como foi o caso do assassinato brutal da companheira Marielle Franco vereadora pelo PSOL.

Cenário mais hostil e de violência contra mulheres

Por isso, a violência ocorrido contra Arce tem um peso político específico e um recorte de gênero importante, pois demonstra o descaramento da direita contra as mulheres na atualidade. Razão que deveria levar essa violência ser repudiada por todas as mulheres, e amplamente rechaçada pela esquerda e todo o movimento feminista.

Não podemos permitir que a direita se sinta tão vontade dessa maneira. É inaceitável que até mesmo uma mulher legitimamente eleita e em pleno exercício de mandato, seja exposta a tamanha brutalidade e misoginia.

Infelizmente, esse não foi e nem tem sido o único caso de violência às mulheres bolivianas. Diversos grupos feministas da Bolívia em rede sociais vêm denunciando que desde que Camacho líder do Comitê Pró Santa Cruz região mais direitista e racista do país, começou sua empresa de assumir o controle do país, vêm acontecendo agressões a mulheres e diversos atentados a casas de pessoas humildes e de perfil indígena, os quais as mulheres entre elas, muitas idosas tem sido as maiores vítimas.

É necessária a mais ampla solidariedade do movimento feminista da região, pois a direita boliviana machista e absurdamente racista e clerical, assim como, a do Brasil é inimigo mortal das mulheres, e no caso da Bolívia nesse momento, das mulheres indígenas em particular, um setor em que a direita vem empregando uma ofensiva, ainda maior. Toda a nossa solidariedade as mulheres, trabalhadoras e indígenas bolivianas!

Não ao golpe!

Fora Camacho e suas milícias!

Por uma Constituinte Livre e soberana pela base!

Fora Bolsonaro e Trump com suas patas sujas da Bolívia

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