Repudiamos a detenção arbitrária da professora Camila Marques

POR RENATO ASSAD

Nesta segunda-feira, 15 de abril, a professora Camila Marques, também Coordenadora-Geral do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, que leciona Sociologia no Instituto Federal de Goiás no campus Águas Lindas, foi detida e levada à delegacia por questionar a abordagem policial dentro da sala de aula.

Segundo o SINASEF, a professora já vinha sofrendo perseguições e acusações por parte de professores de extrema-direita que a acusam de “doutrinação”. Hoje a polícia foi acionada para recolher depoimento de alunos. Indignada com a ação da polícia, Camila começou a gravar o ocorrido com seu celular, foi aí que os policiais se “incomodaram”, algemaram-na e a levaram à Delegacia de Polícia em um carro não identificado.

“Tomaram o celular da minha mão, me algemaram com um bando de alunos vendo”, disse a professora em vídeo divulgado pelo sindicato. “Os caras eram truculentos pra caramba, gritaram, falaram que eu ia ser tratada como merecia”. Ou seja, a professora Camila sofreu uma detenção com claro viés político e persecutório.

A crise crônica do ensino público, que em nada foi superada nos 13 anos do petismo, com a eleição de Bolsonaro ganha um novo e perigoso inimigo, o falso combate a “doutrinação” dentro das salas de aulas.

Sem qualquer projeto para superar a crise da educação, que culminou recentemente na queda recente do Ministro Vélez, o MEC está a serviço da extrema-direita alçada à presidência da república e não passa de uma ferramenta de propagação de ideologia de extrema-direita e de perseguição aos professores.

Nós do Socialismo ou Barbárie – tendência do PSOL, repudiamos veementemente o ocorrido. Pensamos que situações como essa são reflexo do projeto político do governo de extrema-direita e ultrarreacionário de Bolsonaro, que para além da política de desmonte do ensino público e do Estado, coloca em risco a liberdade de cátedra e o pensamento crítico dentro das salas de aula e das escolas.

Apenas a partir da derrota desse governo, com a não aprovação da contrarreforma da Previdência, conquistada pela classe trabalhadora, pelas mulheres e pela juventude nas ruas, através de greve geral é que vamos mudar a correlação de forças e impor, através da luta de classes, a reversão de situações inaceitáveis como esta. Assim, é preciso tomar as ruas imediatamente para defender o conjunto dos nossos direitos.

 

Em defesa da liberdade de cátedra e de pensamento crítico!

Basta de Bolsonaro!

Derrotar a reforma da Previdência e todos os demais ataques!

A partir do 1º de Maio, construir um calendário de lutas rumo à Greve Geral!