Neste 25 de julho foi comemorado o Dia Internacional da Mulher Negra, latino-americana e caribenha e também o dia de Tereza de Benguela (uma das maiores referências da luta antirracista no Brasil). Essa é uma importante data de luta diante da crise estrutural em que vivemos, pois não temos apenas que derrotar Bolsonaro nas urnas, só poderemos lutar contra a fome, a carestia, o desemprego e o golpismo ocupando de forma autônoma as ruas.

Redação

Ontem foi o Dia Internacional da Mulher Negra, latino-americana e caribenha. A data é um símbolo de resistência das mulheres negras e tem como marco o encontro de mulheres Afro-Caribenha em 1992 na República Dominicana. Ao mesmo tempo, no Brasil, também, está data homenageia uma das principais figuras na luta da população negra, Tereza de Benguela. Ela foi uma das principais líderes do quilombo do Quariterê e é grande símbolo da luta contra a colonização no século XVIII.

A luta das mulheres negras no Brasil tem uma abordagem específica, visto que dentre outros retrocessos, a violência contra as mulheres negras vem aumentando em relação à violência contra as mulheres brancas. Desde o início da pandemia da Covid-19, as mulheres negras foram as mais afetadas, pois se encontram na linha de frente do combate à epidemia, são elas e suas famílias as que mais sofrem com o desemprego, com a carestia e com a fome.

A luta das mulheres contra a opressão e o machismo é uma luta diária em nível internacional. No Brasil, desde a eleição do governo de Jair Bolsonaro, as mulheres são um dos alvos prioritários de ataques, particularmente as mulheres negras. Porém a luta do feminismo negro no Brasil vem ajudando a organizar a luta destas mulheres, do conjunto das mulheres trabalhadoras e periféricas e a resistir aos ataques da política misógina e racista do governo.

Desta forma, as mulheres negras são parte importante da luta das trabalhadoras que precisam ir às ruas para garantir direitos básicos que estão sendo negados (alimentação, trabalho, moradia, educação, saúde, segurança e expressão política). Além da luta contra a fome, a carestia e o desemprego, as mulheres negras também se levantam contra os ataques golpistas que atingem diretamente os direitos políticos de organização e de representação, fora e dentro dos parlamentos. Por isso, hoje a luta das mulheres negras se dirige também contra o bolsonarismo e para construir uma sociedade que garanta igualdade, diversidade, liberdade e autonomia para todes. Ou seja, uma sociedade socialista. Viva a luta das mulheres negras, latino-americanas e caribenhas.