A última assembleia geral dos estudantes nos mostra que há reservas importantes de mobilização e que as “propostas” unilaterais da reitoria se tratam de concessões mínimas e provocações cheias de armadilhas.
JUVENTUDE JÁ BASTA!
A REITORIA
De maneira autocrática e evidenciando sua verdadeira natureza de classe e política, a reitoria decretou arbitrariamente o fechamento das negociações com os estudantes numa clara posição antissindical e antidemocrática. Contudo, a base dos estudantes demonstra que não aceitará as mínimas concessões apresentadas, tampouco as armadilhas contidas no documento assinado por Carlotti.
O DCE
A atual gestão do DCE e dos CAs dirigidos pelas correntes que compõem a dita entidade não possuem qualquer critério para a avaliação da nossa greve, que eclodiu e se mantem apesar da política que apresentam Juntos/MES, Correnteza/UP, UJC/PCB-RR e organizações auxiliares como Afronte/PSOL.
Portanto, na falta da clareza sobre os critérios avaliativos, qualquer coisa pode ser transformada em uma “importante vitória”: um “triunfo” que contradiz a própria realidade e que tem como objetivo único preparar uma saída da greve de cunho eleitoral. São incapazes de compreender que sem a centralidade da luta pelo gatilho automático, sem o retorno deste mecanismo, em dois anos nos encontraremos diante da mesma e atual situação, uma vez que estão previstas 913 aposentadorias de professores para esse período.
O GATILHO AUTOMÁTIO DE PROFESSORES
No que pese as particularidades reivindicativas das variadas faculdades e institutos da Universidade de São Paulo, há, certamente, uma pauta que coloca em risco a qualidade, o oferecimento e a permanência dos estudantes em seus respectivos cursos: a volta do gatilho automático de contratação de docentes.
O fim deste mecanismo é o que nos coloca hoje diante da possibilidade do fechamento de cursos pela falta de professores. É o que permite a reitoria estabelecer editais perversos como o de “mérito”, uma vez que as vagas das aposentadorias não ficam mais nas unidades de origem. Sem o retorno da reposição automática de docentes a reitoria continuará centralizando as vagas de claros e haverá, cada vez mais, a transferência de professores de uma faculdade para outra, uma transferência pautada nos interesses de “inovação” e “empreendedorismo”.
Se a situação assim se mantiver, em alguns anos, cursos como os de ciências humanas, pouco atrativos ao capital financeiro, precisarão de uma reforma curricular para ajustar a grade de disciplinas à falta de professores e, assim, com a redução da grade curricular será necessária a redução do número de vagas para o vestibular…
OS NOSSOS DESAFIOS
Certamente, diante da atual correlação de forças e da necessidade de testá-la nos próximos dias, nosso maior desafio hoje passa por uma manutenção coesa de nossa greve que combine um criterioso e unitário calendário de greve, na mais ampla unidade na ação, com uma clareza sobre a centralidade da reivindicação pelo retorno do gatilho automático e a garantia de nenhuma punição, em todos os âmbitos, aos estudantes que lutam! Por isso, avaliamos ser necessário construir outra composição da mesa de negociação que seja referendada pela base dos estudantes.
Por último, apontamos que a conquista da volta do gatilho automático para a atual greve – uma tarefa dura, mas totalmente possível! – fará enfraquecer um dos principais pilares do projeto ultraliberal de universidade de Carlotti, Tarcísio e Lula/Alckmin. Com isso poderemos acumular condições concretas para avançar sobre outras tantas e necessárias reivindicações, rompendo categoricamente com o recente ciclo de derrotas parciais dos últimos anos na universidade!