Mais uma catástrofe ambiental afeta a população. Agora os locais são as regiões periféricas de Pernambuco

REDAÇÃO

A história se repete. O descaso do poder público e dos governantes de plantão fizeram com que populações em situação de risco fossem vitimadas por deslizamentos e enchentes em Pernambuco.  A negligência dos governantes burgueses de plantão, que governam para atender aos interesses da minoria, fez com que nas últimas semanas, ocorressem mais de 90 mortes, 56 desaparecidos e 4 mil desabrigados em várias cidades em cidades do Estado. 

E, certamente, essa tragédia não pode ser atribuída apenas aos intensos eventos climáticos, como as fortes chuvas, pois são as populações que vivem nas encostas dos morros e nas beiras dos rios que são atingidas. Em Recife, cidade que 67% do território é formado por morros, minguados 1,48% do orçamento da prefeitura em 2021 foi direcionada para o programa de gestão de riscos a encostas e alagados. Ou seja, onde o poder público em âmbito local, estadual e federal, além de não garantir local seguro de moradia para essa população que é obrigada a ocupar áreas de maior risco, deixa até de investir o orçamento previsto em obras de prevenção.

Diante da tragédia, Bolsonaro além de ir para Recife fazer campanha eleitoral para candidato ao governo do estado, Anderson Ferreira, oferece como política governamental um “empréstimo às vítimas”. Nada mais absurdo, em meio a tragédia socioambiental causada pelo seu e demais governos burgueses – governo estadual de Paulo Cãmara (PSB) e municipal de João Campos (PSB) – um empréstimo para quem perdeu tudo.

Esses – e todas as forças que os apoiam – são os responsáveis políticos por mais essa tragédia no estado de Pernambuco. Por essa razão, não podemos depositar nenhuma esperança em governos burgueses, como em um possível governo Lula-Alckmin, como faz o PSOL e parte das suas correntes internas. Apenas como mobilização social e um governo dos trabalhadores que coloque a riqueza produzida socialmente a serviço da maioria podemos superar as catástrofes socioambientais. 

Além da solidariedade imediata aos atingidos, com campanha de arrecadação de alimentos, itens de limpeza, higiene pessoal, roupas e colchões, é preciso garantir moradia aos desabrigados desapropriando imóveis que não cumprem função social; aluguel pago com verba estadual e plano de obras públicas de infraestrutura e de moradia.