Por contratação imediata de professores, por permanência e pelo fim do banco de horas dos trabalhadores!

Nós, estudantes, estamos em greve há mais de uma semana na Universidade de São Paulo e a adesão de cada vez mais cursos e institutos mostram a ascensão da nossa organização e mobilização. Somos, hoje, mais de 25 cursos com as atividades paralisadas. Na última segunda-feira, contra a vontade da direção do grêmio da Poli, dirigido pelo PT, a Escola Politécnica e o Direito também decretaram greve com piquete!

Quem são os nossos inimigos?

A nossa greve escancara a natureza política e de classe das direções e da reitoria. Fica evidente que há uma cumplicidade, entre Paulo Martins (Diretor da FFLCH e filiado ao PT), do atual reitor Carlotti, Tarcísio (quem escolherá o próximo reitor) e o governo Lula/Alckmin, que dão as mãos pela precarização da educação pública em todas as instâncias.

Esses inimigos formam uma frente única que vai da burocracia universitária aos poderes executivos com uma política muito clara de defender os interesses do capital financeiro! A não revogação do Novo Ensino Médio e de todas as contrarreformas de Temer e Bolsonaro, a aprovação do Novo Teto de Gastos que estrangula os serviços públicos para garantir o pagamento da dívida pública, a contrarreforma fiscal, a sanha pela privatização do Metro, CPTM e SABESP e a chacina na Baixada Santista, assim como na Bahia onde governa o PT, nos deixam claro a submissão dessas figuras e suas políticas à classe dominante.

O que queremos com a greve?

Essa pergunta é fundamental! Temos a necessidade e o desafio de unificar um programa universitário que combine pautas bem definidas capazes de fazer a nossa luta avançar e ter mais peso. Isto é, aquilo que é inegociável diante dos três setores da universidade: estudantes, funcionários e professores. Hoje, para nós do Já Basta! essas reivindicações são:

Contratação imediata de professores pelo regime de rdidp;

A volta do gatilho automático!

Volta da anexação das bolsas pub ao papfe e o retorno do auxílio EACH de R$400,00!

Reformulação e garantia do pagamento do papfe à todes que solicitarem!

Fim das contrapartidas do PAPFE e classificação separada por campi!

A volta do oferecimento do passe livre aos moradores do CRUSP!

Fim do banco de horas dos trabalhadores!

Nenhuma punição aos estudantes, funcionários e professores que lutam!

Como ganhar a greve?!

Após mais de 10 dias de greve e numa dinâmica ascendente de luta estudantil, nossos desafios devem ser colocados no terreno concreto das coisas. Contudo, é preciso ressaltar que se trata de uma greve dura e com tendência a se alongar, uma vez que nossas exigências questionam o projeto ultraliberal de universidade pública de Carlotti e Tarcísio!

A primeira lição que temos é a de compreender que a atual direção do DCE (Juntos/Correnteza/UJC) não centraliza politica e organizativamente a nossa greve! A acontece para além da inércia política da entidade!

Temos que ser consequentes neste processo de luta e aprender a administrar as nossas forças a partir dos critérios políticos estabelecidos nas bases dos cursos. Encontrar ferramentas para manter a base estudantil mobilizada e impulsionar os cursos e institutos a aderirem à nossa greve, fazendo-a chegar até o interior.

Conformar um plano unitário de lutas com os trabalhadores da USP, que aprovaram paralisação na TERÇA 03/09 em unidade à greve dos trabalhadores do Metrô, CPTM e SABESP! Pressionar politicamente os professores para que entrem definitivamente em greve e atuem lado a lado conosco, numa greve ativa!

Tomar as ruas em um ato centralizado com piquetes rumo ao Palácio dos Bandeirantes no próximo dia 3 de outubro em unidade com os trabalhadores da SABESP, Metro e CPTM!

Colocar a nossa greve para fora da universidade para disputar a opinião pública e fazer da nossa mobilização um fato político-social é uma tarefa central! Na última terça-feira (26), cerca de três mil estudantes tomaram as ruas até o Largo da Batata e deram um primeiro passo para colocar nossa luta para além dos muros da USP. Diante dessa vitoriosa experiência, no próxima TERÇA 03/01 trabalhadores da SABESP, Metro e CPTM estão convocando um dia estadual de greve! Nossa tarefa é fazer dessa data um dia emblemático de paralisação unitária com um ato de rua centralizado que seja capaz de parar as atividades das empresas e abrir caminho para uma greve de tempo indeterminado impondo as nossas reivindicações!

Para isso, é necessário que os DCEs das estaduais e da USP, UEE e UNE exijam das centrais sindicais que mobilizem as suas bases de trabalhadores para massificar a nossa luta, em unidade, capaz de cristalizar uma nova correlação de forças políticas e sociais para o nosso triunfo!