O governo mente sobre a crises ambiental e inviabiliza o trabalho de fiscalização do IBAMA

Por Martin Camacho

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) denunciou que o exército brasileiro, responsável por “garantir a execução da lei” e por proteger o território nacional, se recusa a prestar apoio em ações de fiscalização ambiental. Após as notícias que circularam o mundo sobre o “dia do fogo”, o governo assinou um decreto autorizando as Forças Armadas a intervirem nas ações de combate das queimadas, mas, quando são chamados para prestar segurança, recusam o pedido da instituição e não garantem o apoio aos fiscais ambientais.

A desculpa do exército foi que as ações do Ibama poderiam “acarretar destruição de bens” e, por esse motivo, recusara- se de prestar apoio. O que a corporação quer evitar é o desmantelamento de maquinário utilizado em garimpos. Segundo o comunicado oficial do Instituto, o exército se recusou por pelo menos três vezes a realizar a operação solicitada, das quais duas tiveram que ser canceladas e uma foi executada com auxílio da Polícia Federal. A destruição de maquinário é autorizada pela legislação desde 1998, tendo como objetivo inviabilizar os trabalhos ilegais e impedindo novos desmatamento.

A norma é criticada por apoiadores do governo Bolsonaro e por setores do agronegócio. Por outro lado, os funcionários do Ibama estão sendo ameaçados e agredidos. O cenário se agrava com os discursos do capitão reformado e com cortes financeiros destinados ao instituto de fiscalização. As ordens dos militares é uma tentativa de permitir o trabalho ilegal que está acontecendo na Amazônia e colaborar com a expansão do agronegócio no território. É produto dos interesses mesquinhos dos garimpos, sem respeitar nenhumas das leis ambientais e sendo parceiros dos “criminosos”. Em suma, a negação da execução da lei é resultado da política antiambiental adotadas pelo governo.