Estados Unidos: dois manifestantes mortos em Kenosha

Por Gala Chilavert

Um homem – que pode fazer parte dos grupos armados fascistas brancos que proliferaram nos Estados Unidos nos últimos meses – atirou à queima-roupa em uma manifestação exigindo justiça para Jacob Blake, matando duas pessoas e ferindo gravemente outra. Nos vídeos que circulam nas redes, pode-se ver cenas como a de um homem branco no chão que aponta e atira nos manifestantes com um rifle

No último domingo à tarde, na cidade de Kenosha (Wisconsin, no norte dos Estados Unidos), um grupo de policiais atirou 7 vezes pelas costas em Jacob Blake enquanto ele entrava em seu carro. No banco de trás estavam seus três filhos assistindo a cena violenta.

Blake, 29, continua em estado grave no hospital da cidade de Milwaukee. Sua família e advogado relataram na terça-feira que ele sofre de paralisia na parte inferior do corpo como resultado dos tiros.

Lembramos que as versões da polícia de que enquanto atendia um caso de violência doméstica se iniciou um “tiroteio” está longe de ser confirmada. Os vídeos gravados e os depoimentos de testemunhas mostram algo totalmente diferente. Jacob Blake tinha saído do carro para ajudar a acalmar uma discussão na rua, depois voltou ao carro para ver como seus filhos estavam, disseram familiares.

Uma testemunha que filmou os acontecimentos, Raysean White, disse à CNN que, antes de filmar com seu telefone, viu que a polícia atacou Jacob, espancando-o e usando uma arma elétrica. Em uma sequência posterior, quando ele tenta entrar em seu carro, recebeu vários tiros a queima roupa nas costas. Ao menos dois policiais brancos são os responsáveis, e até agora esses dois policiais foram apenas suspensos e não há acusações contra eles.

Após este novo episódio de violência policial racista, fortes protestos começaram em Kenosha no mesmo domingo em frente à sede da polícia. Na segunda-feira, apesar do governador democrata Tony Evers convocar a Guarda Nacional e decretar o toque de recolher, as concentrações pacíficas não diminuíram e foram recebidas com gás lacrimogêneo e bombas.

Nas últimas horas, protestos estouram em outras cidades como Minneapolis, um lugar que em maio gerou uma grande onda de protestos após o assassinato racista de George Floyd por policiais. Soma-se Portland, cidade que faz mobilizações desde então, Nova York, dentre outras, também aderiram.

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