A saída é uma Palestina única, laica, livre e socialista, onde todos os povos possam viver juntos em paz
Declaração da Corrente Internacional Socialismo ou Barbárie, 09/10/2023
Corriente Internacional Socialismo o Barbarie
O povo de Gaza vem sofrendo há décadas com o bloqueio, os massacres e o assassinato sistemático nas mãos do Estado de Israel. Qualquer resposta nada mais é do que autodefesa.
Os ataques surpresa do Hamas desencadearam uma onda de denúncias por parte dos governos e da imprensa imperialista. Os mesmos que hoje gritam de indignação, calam a boca diante dos massacres diários, dos bombardeios, dos deslocamentos sistemáticos, da política de limpeza étnica de Israel contra os palestinos no território ocupado.
Agora, o governo racista e de extrema direita de Netanyahu, responsável por dezenas de massacres, deslocamentos forçados, etc., começou a preparar uma invasão em grande escala de Gaza, o que é um aprofundamento brutal de sua política de limpeza étnica, de varrer os palestinos da face da Terra. Neste momento, o Estado de Israel cortou o fornecimento de eletricidade, gás, água e alimentos na Faixa de Gaza, condenando mais de 2 milhões de habitantes a um genocídio literal. De um lado, há um povo oprimido e, do outro, um povo opressor. A posição dos socialistas revolucionários é ficar do lado dos oprimidos contra os opressores.
Em 1948, o Estado de Israel foi fundado pela força das armas, expulsando o povo palestino de suas casas, matando milhares e deslocando centenas de milhares. A propaganda sionista quer convencer o mundo de que ninguém vivia lá, que os palestinos simplesmente resolveram que queriam esse território quando os sionistas o “recuperaram”. A verdade é que Israel foi constituído desde o início como um Estado racista, e sua política foi a de genocídio do povo palestino.
O ataque do Hamas veio da Faixa de Gaza, um pequeno território para o qual os palestinos foram deslocados, cercado por muros e cercado pela violência militar. Gaza é a maior prisão a céu aberto do mundo.
Além disso, este ano houve uma escalada nas provocações na Cisjordânia, o outro território onde os palestinos permanecem em sua terra natal. Lá, toda semana há notícias de novos colonos israelenses se instalando, buscando expulsá-los de suas casas, como fizeram em todo o território que se autodenomina “Israel”.
Sem voltar muito no tempo, já houve vários bombardeios na Faixa de Gaza este ano, com dezenas ou centenas de mortos, sem nenhuma violência do lado palestino. Em junho, Israel lançou uma operação de limpeza étnica na cidade de Jenin, na Cisjornadia. Esse massacre foi precedido por um pogrom em Turmus Ayya, quando 200 colonos israelenses entraram na cidade palestina para atacar civis, destruir casas e incendiar veículos.
O governo de Benjamin Netanyahu é formado por grupos nacionalistas e de ultradireita que ganharam enorme destaque, em especial o poderoso ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, um fanático religioso a favor do apartheid e do genocídio contra o povo palestino, furiosamente antimuçulmano e líder do partido de ultradireita Otsmah Yehudit (Poder Judaico).
A ação do Hamas, o governo legítimo da Faixa de Gaza, é condenada, mas não é denunciado que, nos próximos dias, Netanyahu está se preparando para perpetrar um novo e maior genocídio contra o povo de Gaza. Trancados em meros 350 quilômetros quadrados, seus 2 milhões de habitantes não têm para onde fugir. Condenamos esse massacre contínuo e conclamamos os povos do mundo e as organizações democráticas em nível internacional a repudiarem esse novo genocídio.
Mesmo com a política e os métodos dos grupos islâmicos, que não são os nossos como socialistas revolucionários e são tão diferentes das rebeliões populares quanto da Primeira Intifada de 1988, a responsabilidade é pura e exclusivamente dos colonizadores, nunca sobre dos colonizados. E o colonizador é o Estado racista de Israel.
Apostamos que a classe trabalhadora, as mulheres e os jovens em todo o mundo, inclusive em Israel, não se deixarão enganar pela propaganda do governo fascista de Netanyahu e do imperialismo e entenderão que devemos estar incondicionalmente ao lado dos oprimidos, os palestinos.
Contra toda propaganda imperialista e sionista internacional, a saída é uma Palestina única, laica, livre e socialista, na qual todos os povos, independentemente de sua religião e nacionalidade, possam viver em paz.