Em um momento marcado por ataques reacionários a importantes conquistas do movimento feminista pelo mundo, nossas companheiras na Argentina convocam todes para saírem às ruas em uma grande unidade para reverberar a força do #NiUnaMenos. A data de 3 de junho é um marco pela defesa dos direitos reprodutivos das mulheres e combate à violência, ao feminicídio e ao trans-travesticídio. 

É tempo também de relembrar casos que marcaram a história da luta do movimento de mulheres para que não haja mais impunidade. Como o caso de Higui, mulher lésbica que sofreu violência de dez abusadores que tentaram estuprá-la e feri-la fisicamente em virtude de sua sexualidade. Na ocasião, Hige defendeu-se com uma faca e um dos agressores morreu com ferimento no peito. Este foi apenas um dos episódios de abuso e violência que Higui sofreu. Chegou a ser esfaqueada por seus agressores anteriormente e precisou inclusive mudar de endereço. Ainda assim a perseguição persistiu e acarretou o episódio que ocasionou sua prisão. E o caso de Tehuel, jovem trans que saiu para trabalhar e nunca mais retornou. Seu desaparecimento já completa um ano e as autoridades, que tardaram e negligenciaram as buscas, parecem ter lavado as mãos.

Este é um momento crucial para nosso movimento. Não há opção de retrocedermos das ruas. Ou as ocupamos ou nossas conquistas nos serão retiradas. Como nos EUA onde a suprema corte, em um movimento ultra reacionário, tenta anular um precedente importante, o caso  Roe vs Wade, que fundamenta a legalização do aborto em todos os estados norte americanos. Se esta movimentação se concretizar pode colocar em risco um importante direito adiquirido pelo movimento feminista na América. Nesse sentido, saudamos nossas companheiras, Las Rojas, na Argentina e ecoamos daqui nossas vozes para vejam como lutamos e saibam que não daremos sequer um passo atrás.

Por Las Rojas, Izquierda web.

Chegamos ao próximo 3J, uma data muito importante em nosso país, onde além de lutar pelo #NiUnaMenos, saímos para tomar as ruas e lembrar aos facistas e reacionários que eles não passarão! Que vejam como lutamos sem desistir, sem dar tréguas na luta para mudar tudo, por um mundo sem violência e opressão.

Contra os misóginos e os Milei: vejam como lutamos 

Nos últimos 8M o movimento feminista demonstrou mais uma vez sua força imparável nas ruas. Milhares de pessoas em todo o país se manifestaram contra os femicidas e trans-travesticidas, pela aplicação efetiva do aborto, por Tehuel e Higui, para exigir um orçamento contra a violência e não para o FMI. Saímos às ruas porque nosso movimento está mais vivo do que nunca, em todo o mundo, e continuamos a lutar por mais.

Nas últimas semanas vimos como os reacionários em toda parte saíram com seus caprichos, ofuscados pelo poder de um movimento de luta que não está satisfeito com uma lei, e quer mudar tudo.

Nos Estados Unidos, a Suprema Corte imposta pelo misógino Trump está tentando avançar na derrubada da histórica decisão Roe vs Wade que, desde 1973, tornou o aborto legal em todo o país, dando liberdade aos estados mais misóginos que querem proibi-lo completamente.

Em Salta, uma médica segue sendo processada por ter realizado um aborto, em um país onde conquistamos o aborto legal!

As declarações da direção do Boca Jrs apoiando o violento Villa – que é denunciado e processado por abuso sexual, estupro e tentativa de assassinato – nos levaram anos-luz atrás, ouvindo declarações que parecem de outra época: “O que acontece fora do campo não é problema nosso”, disse Riquelme contra o que o histórico #NiUnaMenos ganhou com milhares nas ruas; a violência contra as mulheres e LGBTs é um problema social.

Com anos de luta nas ruas, ganhamos a absolvição para Higui, e agora o promotor está apelando para o veredicto.

E o que podemos dizer sobre personagens tão ridículos quanto nefastos, como Javier Milei, que disse publicamente a barbaridade de que se ele fosse presidente eliminaria o Ministério da Mulher e da Diversidade! Nossa colega Manuela Castañeira respondeu imediatamente, alertando que o movimento feminista não permitirá um único ataque aos nossos direitos, e que defendemos a existência do Ministério. E também estamos lutando para que ele tenha um orçamento real, para enfrentar os problemas das mulheres e da diversidade. Isso o deixou chorando e resmungando com a pseudojornalista e reacionária Viviana Canosa.

Sabemos que é assim, quando um movimento de luta avança em suas conquistas, os reacionários se preparam para atacar. O que estamos vendo hoje não é um ataque isolado a esta ou aquela conquista. Há um ataque deliberado ao feminismo, à onda internacional de solidariedade que luta lado a lado em todo o mundo.

É neste contexto que chegamos ao próximo 3J, uma data muito importante em nosso país, onde além de lutar pelo #NiUnaMenos, saímos para tomar as ruas e lembrar aos facistas e reacionários que eles não passarão! Que vejam como lutamos sem desistir, sem dar tréguas na luta para mudar tudo, por um mundo sem violência e opressão.

Las Rojas estão promovendo uma jornada de luta unitária em todo o país, na qual todes nós tomemos as ruas em busca de nossos direitos. Este 3J convidamos você a se juntar à coluna de Las Rojas e Manuela Castañeira, para gritar em voz alta Ni Una Menos!

Defendemos o direito ao aborto legal das companheiras nos EUA

Ni Una Menos. Acabar com a violência, os femicídios e os trans-travesticidios.

Dispensa da Dra. Miranda Ruiz

Não ao recurso contra Higui, nós já ganhamos sua absolvição!

Aparição de Tehuel com vida já!

Basta de precarização do trabalho

Dinheiro para combater a violência, nem um centavo para o FMI!