Assembleia Geral dos Estudantes aprovou resoluções fundamentais para a continuidade da luta

    Dentre as resoluções aprovadas, destacamos: incorporação ao ato contra o aumento da

    passagem no dia 6/6; semana de mobilização com ato no metrô Butantã por permanência estudantil[1] no dia 10/6; paralisação unificada das universidades públicas estaduais no dia 11/6 e uma nova Assembleia Geral no dia 20/6. Além desse calendário de mobilizações foram aprovadas importantes resoluções políticas, tais como: incorporação da luta pela pelo fim do vestibular na campanha contra o PIMESP e luta contra os processos e pela (re) incorporação 8 estudantes expulsos da USP.

     

    O calendário de mobilização – se efetivado – pode servir para colocar o movimento estudantil da USP e suas demandas novamente no cenário político. Mas, para que isso ocorra é necessário que todos os ativistas, agrupamentos, centros acadêmicos se disponham a construir na prática a sua realização. 
    O DCE tem o papel central nesse processo de mobilização, pois deve assumir efetivamente esse calendário com passagem em sala de aula, distribuição de panfletos, confecção de cartazes e disponibilização de transporte para que os estudantes possam participar das atividades.

     

    Não pode ocorrer a situação esdrúxula de termos estudantes que queiram ir às atividades e não termos meios de transporte para todos. Foi exatamente isso o que ocorreu no ato contra os processos realizado no tribunal na Praça da Sé. O DCE se comprometeu em colocar transporte à disposição e não efetivou a resolução, o que resultou em um ato bem menor do que o que era possível realizar.

    O debate sobre a estrutura de poder

    As correntes oportunistas que dirigem o DCE (PSOL e PSTU) defendem uma proposta de pseudo-democratização da universidade com a proposta de eleição para reitor dentro do critério da paridade em que o voto dos professores vale mais dos que os dos funcionários e dos estudantes. Os setores sectários defendem uma assembléia universitária ou uma estatuinte em abstrato, pois não deixam claro qual é a proposta concreta de democratização.

     

    Entendemos que a destruição da atual estrutura de poder só pode ocorrer com a mobilização massiva dos estudantes, funcionário e professores e no enfrentamento direito à burocracia universitária. Por isso, defendemos a criação, através da luta, de um fórum autônomo constituído pela mobilização direta dos estudantes, funcionários e professores que tenha o papel e de por abaixo a atual estrutura. Mas, não podemos – como o faz vários setores que se colocam na oposição das forças que dirigem do DCDE – deixar de apresentar uma proposta concreta de estrutura de poder: defendemos a eleição direta para todos os cargos e para todos os fóruns sem o filtro da paridade, que todos (estudantes, funcionários e professores) possam votar e ser votados para qualquer cargo e que, para evitar qualquer tipo de burocratização, que todos  cargos sejam revogáveis.

     

    Na assembleia foi rechaçada a proposta defendida pelo DCE de apresentar uma candidatura para reitor dentro do atual sistema eleitoral. Esse rechaço foi uma derrota para as correntes políticas que dirigem o DCE que capitularam totalmente à atual estrutura de poder e acabaram abandonando mesmo a sua proposta rebaixada de democratização.

     

    Mas, o tema da estrutura de poder segue candente e se os estudantes não intervierem nesse processo mais uma vez a maquinaria burocrática vai impor um reitor a serviço da privatização da universidade. Por isso, não basta rechaçar o oportunismo da atual direção do DCE, temos que construir nos fóruns do movimento uma proposta de estrutura de poder e uma estratégia de luta que nos permita alterar radicalmente o funcionamento da universidade para que ela seja colocada a serviço da classe trabalhadora e dos oprimidos.

     

    [1] Atualmente a USP destina menos de 1% do orçamento para permanência estudantil enquanto centenas de estudantes anualmente desistem do curso ou tentam conciliá-lo precariamente com longas distâncias ou jornadas de trabalho excessivas.