SEVERINO FÉLIX
Neste dia 24 de junho, o governador do estado de São Paulo João Dória anunciou em entrevista coletiva um plano gradual de retorno às aulas em todo estado a partir do mês de setembro. Um plano que atinge mais de 13 milhões de estudantes (3,5 milhões somente da rede estadual e 120 mil professores) sem nenhuma negociação com representes de estudantes e professores.
O Estado de São Paulo a cada dia bate recorde nos números de infectados e de mortes por Covid-19. Mas, da mesma forma que em outros estados, o lucro das empresas (CNPJ) está acima de vidas perdidas (CPF), assim, rompem com o isolamento social com uma única preocupação: a retomada das atividades econômicas em detrimento da vida.
E é de conhecimento público que as principais vítimas são pessoas que vivem nas periferias das cidades, que não dispõem de planos médicos e encontram-se longe dos centros médicos. Pessoas que já sofrem com o desemprego e falta de renda para sobreviverem durante esse período de isolamento social.
Dória de posse de previsões de um cenário de contágio irreal projeta que o estado de São Paulo já poderá amplia seu plano de flexibilização da economia e, consequentemente, a retomada das aulas presencias com rodízios de alunos a partir de 08 de setembro.
Dória e Rossieli Soares, secretário de educação, tentam implementar uma política genocida com professores e estudantes neste momento, por isso devemos rechaçar qualquer tentativa de volta às aulas durante a pandemia.
Assim, seguem em direção oposta ao plano apresentados pelas Universidades estaduais, (USP, UNESP e UNICAMP), que projetam um retorno das aulas presenciais para 2021, visto que este ano é impossível de controlar aglomerações e, consequentemente, o aumento de transmissão do Covid-19 para comunidade acadêmica.
Preparar a luta contra a politica genocida de Dória
Além da falta de respeito com companheiros/as que tiveram suas vidas interrompidas, vítimas do Covid-19, este governo parece não se importar com sua população e os funcionários públicos. Precisamos romper com a inércia que paira sobre a atual direção do nosso sindicato, para não dizer falta de vontade política dessa burocracia em organizar a categoria para um enfrentamento político e impor uma grande derrota a este governo genocida.
Faz-se necessário, assim, que esta direção chame uma reunião extraordinária e urgente com todas as forças políticas e com os estudantes para construir uma ampla frente de defesa da vida dos professores, estudantes e toda comunidade escolar. Devemos exigir que a direção majoritária do sindicato mobilize contra o retorno às aulas e mobilizar diretamente as subsedes que dirige, é preciso uma unidade de toda oposição para construir um projeto alternativo a essa direção adaptada ao aparato sindical e que não conta mais com a credibilidade da categoria.
Não voltaremos às aulas enquanto houver riscos para toda comunidade escolar, além disso é necessário que o governo do estado abra um canal de diálogo com todas/os envolvidos/as nesse processo. Não negociaremos protocolos irreais para voltar ao ensino presencial neste momento que só vão levar ao adoecimento e à morte de milhares de pessoas, mesmo que isso signifique ir à greve. Assim, a APEOESP precisa desde já preparar a categoria para resistir e ir à greve de toda a comunidade escolar se necessário for contra essa politica genocida de retorno às aulas.
[…] Agora, o governador do estado de São Paulo, João Dória, anunciou em entrevista coletiva um plano gradual de retorno às aulas em todo estado a partir do mês de setembro se estivermos na chamada fase amarela da pandemia, ou seja, em que o contágio está desacelerando. Uma medida contra a qual temos que lutar porque, se efetivada, colocará em risco de morte mais 3,5 milhões somente da rede estadual e 120 mil professores, sem falar nas famílias desses estudantes e professores. Tema sobre o qual trataremos com mais profundidade em outra notas, mas sobrer o qual esboçamos uma apreciação inicial na nota Dória quer voltar aulas em meio à pandemia (https://esquerdaweb.com/doria-quer-voltar-aulas-em-meio-a-pandemia/) […]