“não denunciei antes porque não tinha a prova” disse a vítima que só viu imagens depois de quase dois meses da violência
Até quando nossa causa será apenas uma data no calendário?
Por Rosi Santos
Há alguns dias nos deparamos com as imagens de uma mulher, de 44 anos, algemada, sendo agredida dentro de uma delegacia por um policial. As imagens são chocantes, mas não o suficiente para qualquer autoridade de Direitos Humanos ou da famigerada pasta da Mulher e da Família se manifestarem. O vídeo representa a frequência de descasos e história de impunidade em relação à violência de gênero, que chega ao ponto de uma mulher ser agredida, dentro de uma repartição pública por um funcionário público.
Este caso da violência na delegacia é emblemático, pois mostra que independentemente da situação, nós estamos sempre vulneráveis a situações de violência.No país em que uma mulher é assassinada a cada duas horas, cenas como essas, produzidas por agentes públicos, possuem uma gravidade ainda maior, e demonstra o quanto urge a necessidade de uma verdadeira frente ampla, combativa nas ruas, contra a violência.
Além disso, é urgente, que, nesse momento de eleições municipais, sejam eleitos e eleitas projetos de políticas públicas de proteção e combate a violência de gênero.A apenas cinco dias da eleição municipal em São Paulo, temos o candidato a prefeito do PSDB, Bruno Covas, que junto com governador Dória, também do PSDB, maquiaram dados da violência contra a mulher no Estado, e que, hoje, possui como candidato a vice, um agressor de mulheres denunciado.
Isso indica que é necessário resistirmos em todos os flancos inclusive o das urnas. O crescimento de candidaturas a vereança de mulheres, trans e LGBTs apontam para a aposta nas ruas, mas também da exigência dentro dos poderes por avanços significativos a todas e todes nós. Por isso, para que notícias de violências contra as mulheres não continuem sendo apenas sensacionalismo, nesse domingo votemos pensando em nós e por nós!