Carrefour, Eduardo Leite e Bolsonaro são responsáveis pelo assassinato de João Alberto

UNIFICAR A LUTA E CONSTRUIR UM MOVIMENTO ANTIRRACISTA NACIONAL

Unificar a luta e construir um movimento antirracista nacional

SEVERINO FÉLIX

No Brasil, o movimento negro conquistou através de muitas lutas a data 20 de novembro para celebrar a morte de Zumbi dos Palmares. Essa data, também, contrapõe-se ao dia 13 de maio, imposto pela elite escravocrata brasileira como o dia da abolição.

Para a comunidade negra, o mês de novembro é referência para sair às ruas, em especial o dia 20 de novembro. Através das manifestações foi possível avançar em pautas compensatórias, como o acesso às universidades públicas através das leis de cotas raciais e a Lei 12.990/2014, a qual reserva aos negros 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos.

Porém, esse 20 de novembro foi marcado por vários protestos devido à morte de João Alberto Silveira, homem negro que foi espancado e assassinado por agentes de segurança de uma unidade do Carrefour na cidade de Porto Alegre (Rio Grande Sul).

Cenas de espancamento ocorrem com frequência em unidades do Carrefour e do Extra, por este motivo este assassinato de um homem negro não foi um acidente, é parte de um sistema. Não pode ficar impune!

A morte de João Alberto Silveira é mais uma dentre tantas ocorridas diariamente no Brasil, nesta sociedade que é racista da pele até a medula. Dados do Observatório de Segurança Pública demonstram que a população negra é a principal vítima da violência no país. Os negros (pretos e pardos) correspondem a 75% dos mortos pela polícia no Brasil.

Em uma país de maioria negra como o Brasil, esse assassinato coloca novamente uma lupa sobre o racismo comportamental, estrutural e institucional nacional. Essa realidade demostra o porquê não podemos deixar impune a morte de João Alberto Siqueira de Freitas e tantas outras mortes de pessoas negras.

A luta antirracista para ser de massas e capaz de mudar profundamente as estruturas econômico-sociais, instituições e comportamentos, precisa ser também uma luta de todos os setores organizados da sociedade, como os partidos de esquerda e todos os movimentos sociais.

Essa é uma luta que precisa estar na pauta do dia a dia da sociedade brasileira, nos programas e práticas diárias de todas as organizações que se dizem democráticas, progressistas ou socialistas.

O ano de 2020 entrará para história como um ano em que os movimentos negros, particularmente Vidas Negras Importam no Brasil, inspirados no Black Lives Matter estadunidense, saíram às ruas para protestar contra a violência policial à juventude e à população negra em geral.

Esse é um movimento jovem muito ativo e que muda a configuração da organização de resistência negra no Brasil, e que também está influenciando vários setores da sociedade.

Por essa razão, precisamos desde já organizar um movimento de resistência unificado entre os movimentos negros, os partidos de esquerdas, as centrais sindicais e os movimentos sociais. Movimento que apoie uma grande rebelião negra em nosso país para pôr fim ao extermínio da juventude e da população negra!

É necessário que todos envolvidos no assassinato de João Alberto Siqueira de Freitas sejam julgados e responsabilizados por mais este crime bárbaro contra a população negra, principalmente os diretores desta famigerada rede de supermercados, Eduardo Leite, o governador do Rio Grande do Sul, e do arque racista Jair Messias Bolsonaro.

Pela organização de um ato nacional ela morte de João Alberto.

Responsabilização de todos responsáveis pelo assassinato de João Alberto Siqueira de Freitas!

Indenização para os familiares de João Aberto Siqueira;

Punição imediata para os envolvidos nesses assassinatos;

Interdição desta unidade da Loja do Carrefour;

Reparação histórica para população negra e seus descendentes;

Fora Bolsonaro e Mourão.