As nossas reivindicações, melhores condições de trabalho e uma remuneração justa, só serão conquistadas apenas com a luta independente e unificada da nossa categoria.

 Entregadores Unidos pela Base

Nós entregadores de aplicativo estamos em luta há muito tempo contra os abusos e injustiças promovidos pelas empresas como IFOOD, RAPPI, UBER, 99, LOGGI e etc. Em 2020, em plena pandemia, quando nós entregadores fomos responsáveis por garantir o isolamento social, fizemos dois históricos Breques dos APPs pelo Brasil inteiro. Uma luta emblemática que mostrou o poder coletivo da nossa categoria e a necessidade de garantir melhor condições de trabalho e uma remuneração digna aos quase 1 milhão de entregadores no país.

De lá pra cá muita coisa aconteceu.  Uma delas foi a criação de um Grupo de Trabalho, no dia 1° de maio – dia Internacional dos Trabalhadores -, que tinha objetivo discutir um projeto de regulamentação do trabalho de entregas por aplicativo. Com quase 150 dias desde o início desse GT, prazo estipulado pelo governo para a apresentação de uma proposta concreta, muito pouco se avançou!

Nesse processo, o governo de Lula e Alckmin se constituiu num verdadeiro colaborador das empresas ao abrirem espaço para que elas estivessem no GT e ao não se posicionar de maneira categórica, em nenhum momento, em defesa de nós trabalhadores. Por outro lado, IFOOD, RAPPI, UBER, 99, LOGGI e companhia, empresas parasitas que lucram bilhões todos os anos explorando o nosso trabalho, sugando toda a nossa energia, apresentaram algo que não podemos nem chamar de proposta, mas sim de verdadeiras provocações!

Depois de terem defendido o ganho de R$6,54 para o modal bicicleta e R$10,20 para entregas de moto por hora efetivamente trabalhada – esses abutres apenas reconhecem o nosso trabalho quando estamos com o pedido na bag, desconsiderando todo o tempo restante de espera e deslocamentos -, a “proposta final” do mesmo valor para bicicletas e de R$12,00 para motocicletas.

O que querem dizer as empresas com essa provocação? Que não merecemos uma remuneração verdadeiramente digna, que não merecemos respeito e nem mesmo reconhecimento pelo nosso trabalho. Para elas somos apenas peças que podem ser trocadas da noite pro dia, uma mão de obra a serviço dos privilégios e da ganância empresarial, em que muitas vezes pagamos com a nossa própria vida. E o pior de tudo isso, com o aval do antigo e atual governo!

Portanto, devemos aprender todos juntos uma grande lição: devemos confiar e apostar exclusivamente na nossa própria força coletiva junto a todos os setores sociais que nos apoiam, ou seja, cortar pela raiz toda e qualquer ilusão sobre conquistar melhorias a partir do GT ou da boa vontade dos governos burgueses e dos patrões.

Por isso, fazemos um chamado a todos aqueles que compõem o atual GT a romperem publicamente com esse espaço, denunciando a traição do atual governo e o nefasto e cínico papel das empresas, como forma de evidenciar às bases a verdadeira natureza do GT, do governo e das empresas, bem como para impulsionar a luta independente da categoria que será decisiva para a conquista efetiva de melhorias.

O que definirá nossa vitória e uma melhoria substancial às centenas de milhares de entregadores no país será a luta da nossa categoria independente dos governos e das empresas. Pelas ruas nos exploram e por elas, só por elas, é que iremos vencer! Assim, está na hora de organizar um novo e poderoso Breque Geral dos APPs para parar o país e arrancar do governo e das empresas os nossos direitos e reivindicações.