Chamamos todos ao ato no dia 16 às 15h no Largo de São Mateus ( Terminal Ônibus São Mateus Zona Leste). Daí podemos construir mobilizações nacionais contra a ameaça neofascista.

Um mundo cada vez mais polarizado

JOSÉ ROBERTO SILVA 

O mundo todo vive uma situação muito difícil para os trabalhadores, que convivem com uma alta inflacionária consequência da pandemia e da guerra entre Rússia e Ucrânia, crescimento da pobreza e retirada de direitos Por outro lado, tem havido várias respostas massivas dos trabalhadores e dos movimentos sociais em várias partes do mundo, nos EEUU as mulheres foram as ruas contra a retirada do direito ao aborto pela Suprema Corte, assim como, os trabalhadores e a juventude se manifestaram contra o aumento dos ataques dos supremacistas brancos.

Na União Europeia são vários os movimentos grevistas e manifestações contra Macron na França; movimento indígena no Equador peitou o presidente do país e o fez recuar nas medidas restritivas que tomava contra a população e a negociar uma extensa pauta; no Sri Lanka a mobilização popular expulsou o presidente do palácio de governo. Ou seja, a par dos ataques do capital e sua classe dominante conservadora e oportunista, a uma polarização radicalizada e progressista do lado dos trabalhadores.

Brasil sob ameaça golpista

No Brasil, não bastasse conviver com um custo de vida mensal médio de R$ 4.794,00 por pessoa(1), o que demandaria um salário mínimo de R$ 6.527,00 em junho(2) ( diante do vigente de R$ 1.212,00), com aumento inflacionário, custo de cesta básica em São Paulo de  R$ 777,01 em junho(3), aumento da média móvel de mortes por Covid causada pela política negacionista de Bolsonaro, convivemos com ataques brutais aos direitos dos trabalhadores e, principalmente, com reiteradas ameaças golpistas do presidente (iniciados logo após a divulgação do resultado eleitoral de 2018) que tem relação direta com o aumento da violência política observado desde o assassinato de Marielle Franco.

Infelizmente a burocracia sindical e política, da CUT e do PT, somente tem se preocupado em dar suporte à campanha eleitoral que se afasta de qualquer tática de mobilização dos trabalhadores, mulheres e juventude em nome de uma irreal derrubada de Bolsonaro e do neofascismo apenas pelas eleições, como se isso fosse possível.

O mais grave evidentemente está na chapa de conciliação de classe Lula-Alckmin, que acaba de incluir o PP e o PSD em suas hostes. Mas, absurdo mesmo, e a perda de independência política do PSOL (principalmente da tendência Resistência) que trocou apoio político por nada, esperando tão somente buscar o aumento de candidatos eleitos para cumprir a cláusula de barreira.

Demostram claramente um horror à organização dos de baixo, que no entanto, amanhã darão início a algo poderá e deverá se construir de forma maior.

Construir um frente de esquerda para a luta 

O chamado da frente Povo na rua para o ato de sábado tem alguns limites por conta da conjuntura desmobilizadora provocada pela burocracia sindical e partidária e por restringir o ato a um evento apenas de periferia. Não se tornando um ato que escorregue para apoio eleitoral por algumas de suas lideranças, mas que cumpra a pauta indicada em seus slogans, é progressivo por ser uma iniciativa de mobilização direta e ser construído pelos movimentos sociais e partidos/agrupamentos da esquerda socialista.

Está mais do que na hora e se torna um belíssimo ponto de partida para que se amplie este movimento rumo a construção de uma frente política de luta de caráter nacional, que reputamos deva ser chamada pelas candidaturas a presidência do PSTU,  UP e PCB, para aumentar a mobilização das ruas e conjuga-las com a campanha eleitoral para impor barreiras firmes e organizadas de resistência e luta contra o golpismo bradado por Bolsonaro cotidianamente.

Não podemos vacilar, Bolsonaro tem instrumentos para avançar na pauta de apoio às suas ameaças e somente a luta em todos os campos, mas principalmente nas ruas, poderá dar conta disso.

TODOS AO ATO DE 16 DE JULHO