Diante das ameaças e indefinições que pautam a conjuntura político-eleitoral hoje, é preciso fazer desta terça-feira (18) uma importante demonstração de força em defesa da educação e das liberdades democráticas. As ruas, como estamos afirmando sistematicamente, serão fator decisivo para a derrota eleitoral de Bolsonaro e para impedir qualquer tentativa golpista. 

ANA PAULA SCANDOLA

A  última pesquisa de intenção de voto do Ipespe, na projeção que leva em conta a expectativa de abstenção, a diferença entre os candidatos a presidência é de 4 pontos percentuais, nos quais, Lula teria 51% das intenções de voto e Bolsonaro teria 47% (leia mais sobre em: https://esquerdaweb.com/bolsonaro-anuncia-abertamente-tatica-golpista-no-segundo-turno-enquanto-lula/). Essa pequena diferença para Lula e os resultados do primeiro turno demonstram como o cenário eleitoral segue todavia indefinido. 

Recentemente, durante um discurso no Rio Grande do Sul, Bolsonaro retomou o discurso de ataque às urnas e desconfiança sobre o resultado eleitoral onde convocou seus eleitores a constranger e fazer cerco próximo às zonas eleitorais, esse e diversos outros fatores podem acarretar na mudança do quadro eleitoral ou em um Capitólio à la brasileira. 

Como fundamental lição do primeiro, em que a esquerda da ordem de maneira irresponsável construiu a ilusão de que a vitória de Lula estaria garantida a partir das alianças com a direita e pífias micaretas eleitorais, a falta de demonstração de força política e organização da consciência social pelas ruas sobre os perigos em curso custou muito caro.  Por isso precisamos construir uma grande mobilização, um tsunami pelas ruas que permita um calendário nacional de luta unificado, para arrastar os mais indecisos e, só assim, garantir a derrota eleitoral de Bolsonaro.

Dessa forma, amanhã, a paralisação nacional convocada pela UNE (União Nacional dos Estudantes) será um importante momento para, a partir da ampla unidade na ação, fazer das ruas palco de um movimento histórico para derrotar a extrema-direita no país. 

Inúmeras universidades federais e estaduais pelo país têm construído assembleias gerais e de curso para se somarem no dia de amanhã, fato que indica a disposição de luta da juventude que no último período aparece como setor mais dinâmico da luta de classes e pode, assim, desencadear uma retomada substancial das ruas. Contudo, do lado de setores da classe trabalhadora não enxergamos uma necessária movimentação das direções sindicais que, diante da gravidade conjuntural, devem fazer todo e qualquer esforço para paralisar as atividades laborais e colocar os trabalhadores e trabalhadoras nas ruas  com a juventude. 

A unidade operária-estudantil se consolidada poderá ser ponto chave para uma inflexão que garanta condições de edificar um verdadeiro tsunami, portanto, é preciso exigir permanentemente e em tom emergencial que as Centrais Sindicais e suas direções, assim como os movimentos sociais, que construam pelas suas bases a necessidade de retomar a luta direta pelas ruas e também se somando e unificando a luta para varrer Bolsonaro da cadeira que ocupa e posteriormente colocá-lo onde deveria estar – na cadeia. 

Construa conosco a coluna da Juventude Já Basta! no dia nacional de mobilização pela  revogação total dos cortes nas Universidades e Institutos Federais e pelo Fora Bolsonaro, amanhã, dia 18/10, com concentração às 15h30 em frente ao Fórum Pedro Lessa.