Ocupação Povo sem Medo entra em nova etapa

Ocupação Povo sem Medo entra em nova etapa

A ocupação denominada Povo Sem Medo, que teve início em 1 de setembro, em um terreno localizado próximo à empresa Scania, em São Bernardo do Campo, começou com 500 famílias, hoje conta com mais de 7 mil e continua crescendo. Isso não é por acaso: apenas em São Bernardo do Campo são mais de 90 mil sem-teto, número que atinge 130 mil em todo o ABC.

O movimento ocupa um terreno de mais de 60 mil m2 abandonado há mais de 40 anos. A área pertence a construtora MZM, empresa que já foi notificada várias vezes por não cumprimento da função social do terreno e que tem uma dívida de meio milhão com o IPTU.  Na verdade, essa é mais uma área que serve apenas à especulação imobiliária para enriquecer os grandes proprietários.

Ontem, 27 de setembro, a ocupação Povo Sem Medo, realizou mais um importante ato que contou com um número aproximadamente de seis a sete mil pessoas. A manifestação teve início no Largo do Piraporinha (Diadema), seguiu em passeata pela Avenida Fagundes de Oliveira até a portaria da MZM em SBC, que se localiza na Pauliceia

Chegando lá, uma Comissão do Movimento, composta por Andreia e Josué, foi recebida por representantes da construtora. Apresentaram a proposta de que o governo federal compre o terreno, através do Projeto Minha Casa Minha Vida Entidades na faixa de renda familiar de até R$1.800. Os advogados da empresa, que receberam a Comissão, ficaram de marcar uma reunião com a direção da empresa para discutir essa proposta.

O movimento cresce e está cada vez mais forte, porém é preciso que se fortaleça ainda mais. No sentido de mobilizar a classe operária em defesa do nosso movimento, essa semana tivemos uma importante experiência. Na terça-feira, dia 26 de setembro, os trabalhadores da Ford fizeram uma importante doação de alimentos. Ações como essa precisam se multiplicar!

A ameaça imediata de reintegração de posse, devido a uma liminar concedida ao proprietário, foi derrubada pelo Tribunal de Justiça graças à força do movimento. Podemos ser vitoriosos, mas sabemos que não podemos confiar na justiça burguesa, nos patrões e nos governos. Só garantiremos a vitória com o fortalecimento da nossa luta.

Na próxima segunda-feira, 2 de outubro, ocorrerá uma audiência de conciliação no Tribunal de Justiça. A depender do resultado dessa audiência, o movimento irá recorrer a instancia federal. A participação de todos do movimento nos atos, passeatas e demais ações é fundamental para obtermos uma vitória. Só a luta muda a vida!