Apesar da importante participação da base no Encontro, critério burocrático excluiu a participação de forças do Congresso

Professores e Professoras em Movimento, por Antonio Soler

Na tarde do sábado passado, 19/08, no Sindserv SBC ocorreu o Encontro Regional Preparatório de São Bernardo do Campo ao XXVII Congresso da Apeoesp. Em que pese uma conjuntura de indefinições políticas, essa foi uma importante atividade que reuniu 92 pré-delegados eleitos nas escolas.

O Encontro ocorreu em um momento importante da conjuntura que combina a necessária luta contra os ataques do governo Lula e pela prisão de Bolsonaro e de todos os genocidas, golpistas e ladrões do patrimônio público.

Nós, dos Professores e Professoras em Movimento, no começo do Encontro, defendemos com os companheiros do Reviravolta – que originalmente apresentaram a proposta – que os delegados/as ao Congresso fossem eleitos em base à proporcionalidade direta e qualificada (quando o número de representantes é dividido de forma proporcional ao peso numérico que tem cada força política).

Essa medida, no geral, garante a democracia no que tange à representação de distintas forças e, no caso específico da eleição de delegados ao XXVII Congresso da Apeoesp, iria garantir que as forças que atuam em São Bernardo do Campo tivessem representação de acordo com seu peso.

No entanto, os companheiros que dirige majoritariamente a Subsede SBC votaram contra esse critério e impuseram o corte de 20%, o que excluiu antidemocraticamente a diversidade de forças que atuam na cidade.

Essa posição, infelizmente, demonstra que a composição eleitoral com a Bebel durante as eleições da Apeoesp não foi mera tática eleitoral, mas tem se demonstrado uma orientação global com consequências políticas e metodológicas profundas sobre a atuação dessas correntes.

Como debatemos na apresentação das teses, essa inflexão, do ponto de vista político, reflete-se no apoio ao governo burguês de Lula. Posição que os imobiliza para a luta contra os ataques (contingenciamento de gastos em educação e teto de gastos, reforma tributária) que estão em curso, para a possível derrota categórica de Bolsonaro nas ruas a partir da luta pela sua prisão e para a luta para derrotar os profundos ataques de Tarcísio/Feder à educação pública.

A maior prova de que a linha de conciliação com os patrões e governos e de controle burocrático sobre o sindicato não pode armar a categoria para a luta, são os anos de derrotas que vivemos sob direção sindical de Bebel e cia. Linha política essa que agora está sendo incorporada por correntes que eram independentes e democráticas.

Continuaremos a batalhar dentro da Apeoesp e nas escolas pela independência e pela democracia de base, instrumentos que são fundamentais para derrotar os ataques de todos os governos e patrões, e os convidamos para construir uma alternativa a essa direção que só tem levado a categoria a derrotas e desorganização.