8 de março: greve mundial de mulheres

Declaração Internacional das Vermelhas (Las Rojas)

No 8 de março greve mundial de mulheres

A conjuntura atual internacional e nacional se caracteriza por um intenso giro à direita, que coloca um cenário extremamente reacionário e conservador. Por este motivo, são constantes os ataques contra os direitos da classe trabalhadora, das mulheres, da comunidade LGBT e dos negros. Isto quer dizer que os governos retiram cada vez mais nossos direitos para que seja compensada a crise econômica mundial.

Estes ataques reacionários produzem uma polarização e amplas respostas da massa explorada e oprimida. Pode-se dizer então que o “pêndulo político” pode girar para a esquerda, porém para isso é preciso muita mobilização e organização da massa.

Tais respostas se colocaram de maneira contundente em vários países: Argentina contra a reforma da previdência e os ajustes de Macri, Brasil também contra a reforma da previdência, em Honduras com a rebelião popular pela saída de Juan Orlando Hernández (golpe nas eleições), Costa Rica contra o fundamentalismo religioso, na França contra os ataques de Macron e Catalunha por sua independência. Inclusive um dia depois da posse de Donald Trump se realizou uma histórica marcha das mulheres em Washintong DC.

Nesta conjuntura é evidente que existe um potente crescimento da luta das mulheres, movimento que hoje é o mais dinâmico na luta da classe trabalhadora mundial, com cada vez mais participação de mulheres jovens. Assim como nos EUA contra Trump, as mulheres se organizam fortemente no Irã contra a obrigatoriedade do uso da burca (As Meninas da Rua da Revolução) e na emblemática figura de Ahed Tamimi, uma jovem palestina presa por lutar contra o exército sionista.

A força das mulheres tomando as ruas de todo o mundo provém de uma larga organização e mobilização pela luta de direitos e contra o capitalismo patriarcal que nos condena o dobro de jornadas de trabalho, salários muito inferiores e a bárbara violência e genocídio de nós mulheres. Assim surgiu o movimento #NenhumaaMenos em 2015 na Argentina, o qual se difundiu à muitos outros países, inclusive o Brasil. Também, mais recentemente, vimos o movimento #Metoo nascer para denunciar e exigir justiça ante estupros e femicídios em Paris. Desta maneira, nós mulheres estamos lutando contra os governos mundiais pois eles são responsáveis pela violência patriarcal, uma vez que nenhuma providência é tomada pra prevenir os femicídios.

Neste contexto reacionário e perverso, teremos o segundo Dia Internacional de Luta das Mulheres. No dia 8 de março teremos a oportunidade de tomar as ruas com muita luta e mobilização e deixar claro aos governos, agressores e conservadores que não queremos mais ajustes nem violência contra as mulheres, muito menos que a Igreja defina o que fazer com nossos corpos!

Marcharemos este 8M em todo o mundo por direito a trabalhos e salários dignos, por educação sexual laica, científica e feminista, pelo direito ao aborto livre, legal, seguro e gratuito, pelo direito de todas imigrantes, pela não transfobia e pelo direito de uma vida livre sem violência! Nossos inimigos são os governos que legitimam e reproduzem as terríveis condições de vida das mulheres no sistema capitalista e patriarcal.

Nós mulheres de todo o mundo sairemos às ruas para que escutem nossas demandas. É crucial seguir fortalecendo este movimento de mulheres que se levanta em todo o mundo, assim como ampliar os laços com a classe trabalhadora e o movimento LGBT para poder enfrentar em unidade os ataques dos governos e avançar em nossos direitos.

Venha construir com as Vermelhas o 8 de março!

Pelo direito ao aborto livre, legal, seguro e gratuito!

Pelo direito de uma vida livre sem violência

 

Socialismo ou Barbárie – Corrente internacional