É necessário o repúdio generalizado de todos os militantes, dirigentes e figuras públicas do PSOL

Essa atitude abjeta não pode passar incólume e além do repúdio político, será encaminhada para a Comissão de Ética do partido

Após ter sido questionado politicamente pela condução antidemocrática e liquidacionista por um militante da corrente Socialismo ou Barbárie durante um bloco de carnaval no Butantã, na cidade de São Paulo, o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, enforcou-o e fez uma série de ameaças físicas. Essa atitude violenta de um quadro da direção nacional é gravíssima e deve contar com o repúdio generalizado do partido.

SOCIALISMO OU BARBÁRIE

Na tarde de sexta-feira (22), um grupo de militantes da tendência interna do PSOL, Socialismo ou Barbárie, estava em um bloco de carnaval no bairro do Butantã (SP), quando encontraram Juliano Medeiros, o presidente nacional do PSOL. Durante esse primeiro encontro, após ser questionado pela falta de democracia partidária na condução das decisões partidárias – uma vez que o último Congresso Nacional votou para autorizar a construção de uma frente de esquerda e não de uma federação com um partido burguês, como a rede, ou de ingressar em uma frente eleitoral de conciliação de classes, como a de Lula-Alckmin, o que significa sistemáticas traições ao regime e ao projeto do PSOL como partido independente – o presidente do partido, começou a insultar nosso companheiro que respondeu às agressões verbais. Foi aí, então, que Juliano Medeiros, sem justificativa alguma, partiu para o ataque físico apertando o pescoço do nosso companheiro durante alguns instantes. Como se não bastasse todo o absurdo do fato, o companheiro atacado por Juliano Medeiros é menor de idade.

Após a primeira agressão, outros companheiros do Socialismo ou Barbárie, indignados diante da brutalidade do comportamento de Medeiros, foram até ele exigir explicações. Em momento algum nossos companheiros se utilizaram de agressões morais ou força física em qualquer uma das abordagens, mas novamente quando confrontado sobre ter agredido um menor de idade, Medeiros, mais uma vez se utilizou de arrogância, ignomínia e violência. Aos berros e com os punhos cerrados tentava intimidar e alcançar os três jovens que o questionavam, Medeiros além dos palavrões impublicáveis gritava “como ousam me questionar no meu carnaval”. E só não agrediu novamente de forma física nossos companheiros porque foi contido por pessoas que estavam próximas, e enquanto era contido e retirado continuava a gritar e xingar, um verdadeiro acinte do presidente de um partido de esquerda que se comporta como um bolsonarista, privilegiado, violento e antidemocrático.

Já publicamos aqui uma série de textos sobre o abismo para qual caminha nosso partido e como assassinaram a democracia interna para levar adiante esse processo de refundação partidária. Mas, é importante afirmar que como pano de fundo político dessas terríveis agressões morais e físicas de Medeiros contra jovens companheiros do Socialismo ou Barbárie está o covarde ataque ao PSOL como partido socialista e democrático. Medeiros é um dos principais artífices do golpe antidemocrático à base e da liquidação do PSOL como alternativa de esquerda ao lulismo e ferramenta de organização e mobilização dos trabalhadores, elemento que será decisivo para derrotar Bolsonaro e o bolsonarismo de maneira categórica. Está aí explicado todo o tensionamento causado por uma movimentação política feita apenas pela cúpula do partido enquanto a base segue em certa medida bestializada por um método político em que os passos dados por Medeiros e toda a burocracia encastelada não são discutidos nos organismos de base. Enquanto levam o PSOL à completa diluição política de nosso partido no lulismo e na conciliação de classes às costas da base, Juliano, junto a Guilherme Boulos e outros dirigentes e correntes internas que têm a mesma política, fazem do PSOL trampolim para ambições carreiristas e pessoais, e para isso não se envergonham em se apropriar dos mais espúrios métodos estalinistas.

Juliano é o piloto principal e representante da política cupulista que está liquidando o PSOL como partido independente. Da mesma forma que sempre o método antidemocrático está a serviço de uma política de direita, ou seja, é necessário para que a base do partido não possa ter chance alguma de pelos organismos partidáriros se posicionar contra e definir os rumos do nosso partido, o comportamento ético pedante, truculento, desleal e violento é necessário para impor o método antidemocrático. Existe assim uma lógica interna indissolúvel entre oportunismo político, método antidemocrático e violência contra os setores críticos que explica, além de sua responsabilidade individual, politicamente essa atitude de Medeiros. Como essa violência coletiva contra o PSOL não poderia deixar de gerar indignação em sua base pela sua brutalidade antidemocrática, inevitavelmente Medeiros em algum momento teria que encontrar setores da base do partido que teriam coragem de exigir respostas sobre as traições metodológicas e políticas em curso. E essa coragem não vem apenas dos militantes do Socialismo ou Barbárie, como em outros momentos a base do partido pode fazer a diferença. Uma série de setores e militantes da base estão indignados e irão lutar contra essa traição histórica ao projeto original até o final.

Assim, esse comportamento, esperado do mais abjeto burocrata, evidencia não apenas a natureza ética, mas também os métodos e o giro oportunista feito por ele, pelos dirigentes e por todas as corrente responsáveis pela federação com a REDE e pelo ingresso do PSOL na chapa Lula-Alckmin. No entanto, essa atitude violenta de Medeiros simboliza graficamente o seu comportamento desde que assumiu a cadeira de presidente do PSOL, apoiado pelos seus asseclas comensais, exclui o debate com as bases do partido em todos os fóruns, bloqueia usuários que o questionam em suas redes sociais e, agora, como um típico burocrata estalinista agride fisicamente a quem “ousa” questionar a sua postura metodológica e política.

Juliano Medeiros, que é capaz de agredir um menor militante de base do mesmo partido para impor sua linha oportunista, deixa evidente que não tem o menor compromisso como os princípios socialistas, com a democracia interna e a solidariedade militante, ele responde apenas aos compromissos com a liquidação do PSOL e com uma burocracia partidária que tem interesses materiais ligados ao processo de capitulação total ao lulismo. Fica evidente que Medeiros cometeu uma grave infração à ética no que diz respeito à convivência solidária entre companheiros e que não tem condições para se manter ocupando a cadeira de presidente do PSOL. Desta forma, além da denúncia à toda a base do partido sobre a violência de Medeiros contra um militante menor e de base do PSOL, conforme o Capítulo XIII, iremos levar esse fato à Comissão de Ètica do partido para que essa apure o episódio, que o militante agredido seja ouvido e que as devidas providências sejam tomadas.

Juliano Medeiros, tire as suas mãos sujas do PSOL!

 

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