As declarações de Eliyahu sobre a possibilidade de lançar uma bomba atômica sobre Gaza não são um erro nem um excesso: elas confessam o que realmente pensa que deve ser feito com os palestinos o setor sionista mais radicalizado.

Por Socialismo ou Barbárie

O ministro do Patrimônio de Israel, Emichai Eliyahu, disse que o lançamento de uma bomba atômica em Gaza “é uma possibilidade que não pode ser descartada.

Eliyahu pertence ao partido ultranacionalista ortodoxo Poder Judaico, cuja principal figura de proa é o atual ministro da defesa do país, Itamar Ben Gvir. O governo de Netanyahu tem se apoiado cada vez mais na ultradireita nacionalista, devido à perda de apoio do restante dos partidos de centro e da sociedade em geral.

Tanto Ben Gvir quanto Eliyahu são conhecidos por suas posições abertamente genocidas em relação ao povo palestino: suas mensagens são abertamente islamofóbicas e propõem a anexação permanente da Cisjordânia por Israel.

Ben Gvir saiu em defesa de seu colega, esclarecendo que suas palavras “foram usadas como uma metáfora“.

As declarações de Eliyahu sobre a possibilidade de lançar uma bomba atômica em Gaza não são um erro nem um excesso: elas confessam o que o setor sionista mais radicalizado realmente acha que deve ser feito com os palestinos.

O governo de Netanyahu deveria ter anunciado imediatamente que estava suspendendo Eliyahu, mas somente o fez mais tarde. Suas declarações foram amplamente repudiadas não apenas internacionalmente, mas também por uma parte significativa da sociedade israelense.

O primeiro-ministro tentou se “dissociar” das observações de Eliyahu de forma cínica, como não poderia deixar de ser: ele alegou que suas observações “estão longe da realidade” e argumentou que o exército israelense “está agindo de acordo com os padrões de segurança da comunidade internacional. Isso não resiste a uma análise mais aprofundada, visto que já há mais de 9.000 mortes de palestinos, a grande maioria delas de adolescentes e crianças.

Além disso, a questão serviu como uma ocasião para muitos analistas internacionais lembrarem que Israel é um dos poucos países com armas nucleares que não admite possuí-las. Embora vários relatórios de inteligência sugiram que Israel possui ogivas nucleares há pelo menos 50 anos, a posição oficial do país é que a de que “não afirma nem nega” a posse dessas armas.