Na manhã do dia 30 de maio, no município de Sicrolância (Mato Grosso do Sul), durante a execução de uma ordem de reintegração de posse – dada pela justiça estadual – da fazenda Buriti, Oziel Grabbiel (líderança terena) foi assassinado com um tiro na barriga pelas forças repressivas compostas pela policia federal e pela polícia do estado.
A morte dessa jovem liderança indígena é responsabilidade direta do governo federal (Dilma Rousseff-PT) e do governo estadual (André Puccinelli-PMDB). Em entrevista, cinicamente, o Ministro da Justiça (José Eduardo Cardozo-PT) vem a público afirmar que “é impossível dizer quem matou”, mas que “ia apurar com rigor se houve abuso” (Funai lamenta morte de índio e critica ação de reintegração de posse. Folha de São Paulo. 31 de maio de 2013).
Segundo o Conselho Indígena Missionário, existem mais de 211 áreas espalhadas pelo Brasil em que se apresentam conflitos entre indígenas e proprietários de terra. Dessa forma, novos conflitos são inevitáveis e, se não houver uma grande mobilização nacional, outros ativistas serão vitimas das forças repressivas a serviço do latifúndio.
A fazenda Buriti pertence ao ex-deputado estadual pelo PSDB Ricardo Bacha. Como é amplamente sabida, a posse da terra no Brasil, particularmente a latifundiária, se fez através da prática da grilagem, processo esse caracterizado pela violência na qual os pequenos proprietários e a população originária são expulsos pelo uso da força e do assassínio.
No dia seguinte ao assassinato de Oziel, os indígenas, que após reintegração de posse montaram acampamento do lado de fora da fazenda, voltaram a ocupar a área com mais de cem membros da etnia. Até o momento, a polícia estadual e federal diz que não vão intervir por falta de outro mandato de reintegração de posse que “justifique o uso da força policial”. Mas sabemos que foi a repercussão política ao assassinato de Oziel que impediu uma nova intervenção policial em defesa do latifundiário.
Há uma imensa orquestração de forças contra os trabalhadores e todos os oprimidos. Essa orquestração está a serviço das privatizações, precarização do trabalho, arrocho salarial e da opressão e exploração da classe trabalhadora e dos oprimidos de forma geral. Vítimas imediatas desse processo são os trabalhadores das obras federais, as populações deslocadas pelas barragens e em virtude das obras destinadas aos megaeventos. Obras que estão em total falta de sintonia com as necessidades mais básicas da população brasileira.
Responsabilizamos o governo Dilma (PT) pelo assassinato de Oziel. Novos conflitos e vitimas das forças policiais será também responsabilidade desse governo. Exigimos a imediata punição dos responsáveis direitos por esse crime do estado, a desapropriação, sem indenização, da fazenda Buriti e das demais terras reivindicados pelas etnias indígenas e pelos trabalhadores sem terra.
Punição exemplar a todos responsáveis!
Pela desapropriação da fazenda Buriti!
Todo apoio à etnia terena!