Era para ser uma cirurgia estética como são feitas todos os dias deixando mulheres que optam por elas, mais felizes e confortáveis com seus corpos. Não foi o que ocorreu com Lorena Muniz, e tantas outras mulheres trans. Muniz faleceu na madrugada desse domingo (21), depois de ter sido abandonada, “esquecida” pela equipe médica ainda sedada durante a ocorrência de um incêndio na clinica, após realizar uma cirurgia.
Por Rosi Santos – Vermelhass
Muitas companheiras trans e travestis se vêem obrigadas a buscar clínicas precárias e muitas, inclusive, irregulares. Esse também foi o caso de Lorena. Mas, queremos aqui em primeiro lugar dizer que não há clandestinidade, precariedade ou improviso que justifique o abandono de um ser humano desacordado em uma situação de total vulnerabilidade. Por isso, é educativo e fundamental dar nomes aos responsáveis diretos e responsabilizá-los. Outra coisa, é que esses procedimentos não são meramente um desejo estético, mas para essas pessoas é fundamental, é uma maneia de existir e viver de acordo com sua identidade e subjetividade, por isso, é importante dizer que o Estado também é responsável pela morte de Lorena. Na medida que desqualifica nega e dificulta o acesso dessa população ao SUS para realização de procedimentos específicos.
Nos parece absolutamente correta a posição das companheiras Erika Malonguinho e Erika Hilton (PSOL), que acompanham o caso de perto estão denunciando e exigindo justiça a Lorena, e atenção do estado sobre sua negligencia e da clínica em questão. Diante de um governo absurdamente misógino e transfóbico como de Bolsonaro, posturas como essas são extremamente valiosas e podem transbordar politicamente ao criar uma maior sensibilização social contra a transfobia e por garantia de direitos a comunidade.
“Demonstrar indignação frente esse caso é IMPORTANTÍSSIMO para dar visibilidade e exercer pressão sobre a justiça machista”
Por isso, o movimento feminista não pode agir de maneira similar a clínica e abandoná-la mais uma vez. Nesse 8 de Março, ocorrerá as manifestações do movimento feminista, até lá, precisamos organizar e discutir com um número grande de mulheres e da comunidade LGBTQIA+ sobre a necessidade de traçarmos um plano de luta comum contra esse governo que nos mata diariamente, seja com seu negacionismo, seja com sua violência machista e transfóbica!
Justiça por Lorena!
Com feminismo na rua o machismo recua!
Para saber mais sobre as manifestações e atividade do 8M 2021, entre em contato aqui ou nas redes sociais do coletivo