Por Preto

O governo Bolsonaro parte para a ofensiva com a agenda neoliberal do ministro Paulo Guedes, propondo mais ataques à classe trabalhadora. Na noite de quarta-feira, dia 24, Bolsonaro entregou pessoalmente a PL de privatização dos Correios ao Congresso Nacional. Este é mais um passo da equipe econômica e de uma agenda criminosa em plena pandemia que busca aumentar a confiança do mercado financeiro em Bolsonaro. Um governo bonapartista extremamente necessário aos grandes empresários todavia, indicando que não há uma ruptura categórica para com o mesmo. 

O texto pretende pôr fim à imunidade tributária dos Correios, ao monopólio de serviços postal, podendo ser explorados pelo setor privado e impõe o aumento dos indicadores de eficiência.

O governo trabalha com 3 opções de venda:

1 – Oferecer a empresa como um todo ao mercado financeiro.

2 – Dividir por áreas de atuação, como o que aconteceu com a telefonia em 1990.

3 – Vender por unidade de negócios como logística, encomenda expressa entre outros.

Sem apresentar nada concreto, o Ministério da Economia afirma que estudos e debates para a desestatização serão feitos durante os trâmites do PL no congresso, incluindo a análise do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), participação da sociedade e do mercado financeiro por meio de audiências públicas.

O governo alega que a necessidade de privatização dos Correios é devido ao alto custo com os funcionários, dizendo que a despesa de uma das mais importantes e estratégicas empresas do país representa 64% dos custos totais da empresa, com quase 100 mil empregados.

A PL entretanto encontra um certo tipo resistência no congresso nacional, indicando que haverá dificuldades para aprovar a proposta Bolsonaro, mas sabemos que o perigo desta agenda ultra liberal desestatizante é um interesse central do capital financeiro e fortes pressões serão articuladas para este histórico retrocesso. 

Bolsonaro foi orientado a encaminhar a proposta com o objetivo de desviar o foco na intervenção no comando da Petrobras, realizada na sexta-feira passada (19), para aliviar a tensão com os investidores.

Trata-se de um ataque frontal ao direito dos trabalhadores nesse setor e a um serviço essencial prestado pela estatal. A empresa atualmente é responsável pela distribuição nacional do material escolar que possibilita o início simultâneo das aulas em todos os municípios brasileiros, além de transportar órgãos para cirurgias de transplante e etc, de maneira gratuita. 

O projeto aumentará drasticamente o processo de precarização do trabalho no Brasil, devendo enfrentar uma forte e organizada mobilização dos trabalhadores. É necessário intervir junto aos trabalhadores dos Correios, exigir que as centrais sindicais mobilizem pela base a construção da luta permanente para mobilizar com as ferramentas que se fazem necessárias nesse momento, como assembleias, atos de rua e greves até derrotar este criminoso projeto que será um retrocesso histórico.

Derrotar o avanço dessa agenda deve estar na ordem do dia.  É preciso inflamar os trabalhadores a partir da ação coletiva dos trabalhadores e a sua autodeterminação que pode significar não só uma vitória pontual e importante contra o desmonte estatal e os serviços essenciais, mas também um passo importante para uma mudança estrutural da correlação de forças para com esse governo genocida pelas ruas. 

Fora Bolsonaro, Mourão e Guedes!

Vacina para todos!

Eleições diretas já!