REPÚDIO À VIOLÊNCIA MACHISTA| A deputada foi assediada pelo deputado estadual Fernando Cury do partido Cidadania (antigo PPS) durante sessão da Alesp que votava o orçamento do estado de São Paulo para o próximo ano
Gabriel Mendes
É necessário denunciar amplamente o que aconteceu na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo na noite de quarta-feira (16). Enquanto era discutido o orçamento do estado para 2021 e era preparada a votação da Lei Orçamentária Anual (LOA), um dos deputados da casa, Fernando Cury (Cidadania) se aproximou por trás de Isa Penna e colocou as mãos em seu corpo e encostou em seus seios. A deputada imediatamente repeliu o agressor, afastando as mãos dele de seu corpo.
Essa foi uma evidente agressão, um assédio que foi gravado e transmitido ao vivo pelo canal da Alesp nas redes sociais. Mesmo assim foram feitas tentativas de deslegitimação da denúncia contra os que foram chamados pelo deputado Gil Diniz (PSL) de “homens honrados”.
O deputado Fernando Cury é empresário do agronegócio da região de Botucatu, vem de uma família tradicional da política no interior do estado, e era filiado ao PSDB antes de migrar para o PPS pelo qual foi eleito. Depois de iniciada a repercussão pela decisão tomada pela companheira em denunciar o agressor, este foi à tribuna numa tentativa cínica de justificar o ato, dizendo que se tratou de um “abraço”. Mentiroso!
As demais deputadas do PSOL na Alesp, Erica Malunguinho e Mônica Seixas, estiveram a todo momento ao lado de Isa Penna e denunciaram as tentativas de intimidação e desqualificação da denúncia pelos reacionários. Lembraram também que atos repugnantes como o cometido por Cury não são exceção, sendo que ambas também já sofreram violências enquanto exerciam seus mandatos parlamentares.
Desde já é preciso expressar repúdio e total solidariedade a Isa Penna. A agressão sofrida evidencia que o assédio é uma prática constante nos locais de trabalho, estudo e moradia e demonstrou o total desrespeito às mulheres eleitas pelo voto popular para exercer os mandatos parlamentares em igualdade jurídica. O ato não deve passar impune, o agressor deve ser responsabilizado e punido.