Protestos no Panamá enfrenta tarifaço na eletricidade

JOHAN MADRIZ 

16/07/2018

Desde o início da semana houve uma série de mobilizações e bloqueios de estradas para protestar contra o aumento de 8,4% na eletricidade anunciado pelo governo do canal.

Desde terça-feira, as aulas foram suspensas na Universidade do Panamá, enquanto estudantes, professores e administradores se manifestaram fechando o centro da Avenida Transistica, colocando barricadas e queimando pneus e dejetos.

A polícia, mostrando sua natureza agressiva e repressiva, atacou as manifestações disparando tiros de festim e gás lacrimogêneo. Após horas de confrontos, os estudantes – que se defenderam com paus e pedras – recuaram e as autoridades desocuparam a área.

Mais e mais setores estão contribuindo para a rejeição desta medida, incluindo o setor de ensino que anunciou uma paralisação para esta segunda-feira 16/07 por 24 horas. A medida adotada por 17 sindicatos em todo o país reunirá 42 mil educadores. Eles também reclamam do não cumprimento da promessa do governo de alocar o equivalente a 6% do PIB ao sistema educacional (em 2017, foram alocados 4,6%).

Sob pressão, o presidente Varela anunciou na sexta-feira a suspensão do aumento da taxa enquanto espera que a Assembléia Nacional aprove uma isenção fiscal de US $ 300 milhões para cobrir o custo de não aplicar a medida.

No entanto, os ãnimos não tem arrefecido já que o custo da eletricidade não parou de aumentar desde o início do processo de privatização do sistema elétrico em 1997. Isso gerou uma grande quantidade de negócios, com conotações oligopolísticas, neste serviço essencial. Diante dessa realidade, há cada vez mais vozes pedindo uma renacionalização do serviço.

Falta apenas uma faísca para que se inicie um incêncdio. A região da América Central está esquentando e não é por menos, pois vem de décadas submetida ao ajuste imposto pelo imperialismo ianque e seus cúmplices dos organismos financeiros internacionais. Isso somado à entrada em vigor do TLC da região com os Estados Unidos que pavimentou o caminho para que os governos nacionais justificassem as medidas de ajuste com o afã de serem competitivas e inserir-se no mercado global.

Isso tem provocado uma série de distorções que não conseguem se resolver em países economicamente atrasados e dependentes do capital transnacional. Assim, anos de ajustes causaram uma enorme massa de descontentamento e raiva que requer apenas algum gatilho para se expressar. Foi assim que um golpe nas aposentadorias na Nicarágua levou a uma rebelião contra o governo de Ortega, um aumento nos hidrocarbonetos paralisou o Haiti e agora o custo da eletricidade mobiliza o Panamá.

Las corrientes reaccionarias dominan la escena política mundial. En la región hay un reposicionamiento de las burguesías principalmente en el sur del continente. Sin embargo, ahora el centro y el norte de Latinoamérica giran la veleta sirviendo de contrapeso y demostrando una vez más que el fin de la historia no es tal, que se recompone, muta, retrocede y avanza pero mientras exista explotación capitalista existirá resistencia.

As correntes reacionárias dominam a cena política mundial. Na região há um reposicionamento das burguesias principalmente no sul do continente. No entanto, agora o centro e o norte da América Latina giram a “biruta” servindo de contrapeso e demonstrando mais uma vez que o fim da história não é tal que seja recomposto, mutado, recua e avança, mas enquanto houver exploração capitalista haverá resistência.

Fim do ajuste do governo panamenho! Renacionalização do sistema elétrico e sua gestão pela classe trabalhadora! Pelo aumento no orçamento para educação!

 

Tradução: José Roberto