O 29M da virada!

Unidade de ação nas ruas para derrotar Bolsonaro

Foto: Roberto Parizotti

Com crescente adesão, os atos Fora Bolsonaro do dia 29 de maio podem ser um importante momento de inflexão na conjuntura politica nacional e abrir caminho para uma forte campanha de mobilização para derrotar o governo genocida.

ANTONIO SOLER

CPI escancara o genocídio

Em que pese os seus limites institucionais, a CPI da Covid vai contornando os detalhes que ainda não se conheciam da política genocida de Bolsonaro e seu governo.

Os depoimentos feitos por ex-integrantes e assessores comprovam que existe no interior do governo um gabinete paralelo comandado pelos filhos do presidente que é responsável pela sua orientação política genocida.

A orientação genocida se manifestou, dentre outras medidas, em inviabilizar a compra de imunizantes para levar adiante a estratégia da imunização de rebanho pelo contágio e morte da população. 

Representantes da  indústria farmacêutica, de ex-ministros, assessores  e chefes de institutos sanitários comprovam em detalhes e com grande volume de provas testemunhais e documentais, o genocídio que ja vitimou mais de 456 mil mortes no Brasil.

Nesta quinta-feira (26), em seu depoimento à CPI da Covid, Dimas Covas, diretor do Butantan, afirmou que o Ministério da Saúde deixou de contratar em outubro passado 100 milhões de doses da Coronavac por entraves políticos. Vejamos:

Bolsonaro afirmou à rádio Jovem Pan no dia 21 de outubro de 2020 que “da China nós não compraremos”. É decisão minha. Eu não acredito que ela transmita segurança suficiente para a população pela sua origem. Esse é o pensamento nosso”. 

Depois, em dezembro, o governo fez um acordo com o Butantan que garantiu apenas metade das doses que seriam possíveis em outubro, propôs-se a adquirir apenas 46 milhões de doses. 

De acordo com os cálculos feitos por Pedro Hallal, professor da UFPel ( Universidade Federal de Pelotas), se o governo tivesse fechado o acordo proposto pelo Butantan em outubro, o  governo teria evitado aproximadamente 81.500 mortes e 174.000 internações em UTIs até maio deste ano. 

A política de não vacinar massivamente a  população não ocorreu apenas neste episódio. O gerente-geral da Pfizer no Brasil afirmou à CPI na semana passada que em agosto de 2020 foram oferecidas cerca de 4,5 milhões de doses a serem entregues a partir de dezembro do mesmo ano. 

Essa proposta de negócio, que também foi negada pelo governo, segundo o mesmo pesquisador da UFPel, teria evitado cerca de 14 mil mortes. Assim, somadas as duas propostas, poderíamos ter evitado 95.500 mortes por Covid-19. 

Sem falar em outros acordos internacionais ou propostas de contrato com farmacêuticas, política de distanciamento social e compra de equipamentos e insumos que poderiam ter evitado ainda mais dezenas de milhares de mortes. Assim, dados e relatos não faltam para expulsar Bolsonaro do poder e mandá-lo direto para prisão, mas para isso será necessário entrar em cena o movimento de massas.  

Com luta podemos derrotar esse governo 

Mesmo durante as investigações da CPI da Covid, em que as vísceras da sua política genocida estão expostas, Bolsonaro redobra a aposta no negacionismo. 

No momento em que um novo repique de contágio está armando-se, com uma nova onda de contágios e superlotação dos leitos de UTIs, o governo voltou ao STF ontem com uma ação de inconstitucionalidade para derrubar decretos estaduais que preveem medidas de distanciamento social.

Fato que pode ser explicado por uma tentativa de dar uma resposta política à sua base diante da queda de sua popularidade exposta na avaliação do seu governo e em intenção de votos para 2022.

A questão é que, em que pese o desgaste da popularidade de Bolsonaro e seu isolamento, ainda mantém cerca de 30% de popularidade, apoio de um setor da classe dominante e da maioria do Congresso Nacional – para quem o seu governo segue funcional, vide as privatizações e contra reformas que avançam no legislativo – e em frações das forças repressivas.

Bolsonaro enfraquece e pode ser derrotado, mas segue perigoso e ameaçando os direitos democráticos. Esse é um governo que opera não apenas através dos meios parlamentares/institucionais e não irá cair de maduro ou apenas pela ação da institucionalidade burguesa, através da CPI da Covid ou das eleições de 2022. 

Para derrubar Bolsonaro, a luta pela unidade de ação por uma campanha de rua com segurança sanitária é fundamental. Essa é a única forma de derrotar, de fato, Bolsonaro. A estratégia lulista de desgastá-lo até as eleições de 2022, além de ser uma traição diante do genocídio em que estamos vivendo, é uma manobra política perigosa que pode levar à derrota. 

Nas manifestações do dia 13 de maio, a juventude já começou a dar sinais de que não aguenta mais esse governo, realizando manifestações muito ativas em várias partes do país. Agora, outros setores da classe trabalhadora e dos oprimidos dão sinal de que vão se colocar em movimento. Chegou a hora de derrotar esse genocida! Nas manifestações do dia 29 de Maio vamos decretar o início do fim desse governo. Fora Bolsonaro!

CPI é pouco, Fora Bolsonaro e Mourão!

Quebra de patentes para ter vacina para todos!

Renda Mínima de um salário!

Lockdown nacional!