Justiça para Evaldo: chega de genocídio da população negra!

POR SUELI ALVES

Neste domingo (7) morreu Evaldo dos Santos Rosa em uma ação do Exército em Guadalupe, cidade do Rio de Janeiro. Evaldo estava com sua família indo a uma festa quando teve seu carro alvejado por uma patrulha do Exército. Segundo a perícia, foram 80 tiros em um único alvo dados com a “justificativa” de que os ocupantes do veículo teriam sido confundidos com bandidos. “Foi um engano”, afirmou o comunicado da Força.

Durante a intervenção militar vivida no Estado, 6041 pessoas morreram de forma violenta, com altas taxas de homicídios de pessoas negras. E, diante de mais um caso explícito de execução por parte de um Estado genocida da população negra, há um silêncio ensurdecedor da parte dos governantes deste país.

O ministro da justiça, Sérgio Moro, não se pronunciou sobre o caso até então, mas leva adiante no Congresso um “projeto anticrime” que legitima ações como as que matou Evaldo, pois livra militares que cometam crimes caso sintam medo, sejam surpreendidos ou estejam sob forte emoção. Ou seja, o ministro e o governo querem dar uma autorização legal para matar a população negra e periférica que é a mais atingida com as ações policias.

O presidente Jair Bolsonaro, que sobre temas muito menos relevantes faz diversas declarações em seu Twitter, até agora não se pronunciou sobre o caso. Uma postura criminosa que dá ainda mais aval para que casos como esse continuem acontecendo. Já Wilson Witzel, governador do Rio de Janeiro, limitou-se a dizer que não poderia fazer nenhum juízo de valor…

Não vamos esquecer do pedreiro Amarildo (Rocinha), torturado e morto por policiais da UP, dos 5 jovens da Chacina de Costa Barros (RJ), que foram mortos quando comemoravam o primeiro salário ganho por um deles, do garçom Rodrigo Alexandre (favela Chapéu Mangueira), que portava um guarda-chuva que foi confundido com um fuzil, e tanto outros casos de violência policial contra a população negra. 

Não existe acaso ou coincidência, em todos os casos são negros vindos da periferia. Esses são os principais alvos. É preciso que Bolsonaro, Witzel e o Comando do Exército sejam imediatamente responsabilizados pela morte de Evaldo.

Fora Exército das ruas do Rio de Janeiro!

Não ao pacote genocida de Moro!

Chega de Bolsonaro! 

Vamos derrotar esse governo nas ruas!