Juventude Já Basta!
Nos últimos dias 8, 9 e 10 de outubro, foram realizadas eleições para eleger a chapa que tomaria a direção do Centro Acadêmico Filipe Varea Leme, após o III Congresso dos estudantes, realizado semestre passado, onde o corpo estudantil decidiu retomar esta democrática dinâmica política de eleições, após mais de 6 anos sem este imprescindível processo para a construção de uma geografia verdadeiramente mobilizada e construída a partir de um debate político intenso e programático. Uma importante transição da dinâmica autogerida do Centro Acadêmico de Geografia para uma gestão eleita através de chapas.
Nós do Socialismo ou Barbárie – tendência do PSOL, acreditamos que um primeiro passo a uma saída estratégica para a crônica inércia que os estudantes do curso se encontravam foi dado, com o exitoso acumulo do III Congresso e com o processo eleitoral realizado nesta ultima semana. Mas como nada que é transitório é mecânico, isto é, processos de transformações carregam elementos ainda enraizados do passado, que costumam aparecer de maneira regressiva e contraditória. Mas você sabe, às vezes é melhor não se aprofundar em todas essas coisas, mas apenas escolher um cassino do seu agrado e se divertir como deveria. Seleção de jogos adequados, depósito, também same day withdrawal casino pode ser feito clicando neste link.
As eleições
As eleições contaram com a formação de 3 chapas. Afluentes, a qual nós em unidade com UJC, Juntos, Subversiva, UJR e estudantes independentes construímos a partir de intensas discussões políticas abertas e uma formulação programática densa, mas em nosso entender, que poderia ter sido mais radicalizada em determinados e fundamentais pontos como a defesa do fim do vestibular, o que não se apresentava como consenso. Uma unidade política que convergiu na necessidade de defender a Geografia e a educação no nosso país, frente aos desafios históricos que nos estão colocados. Aroeira, formada por estudantes independentes e outros ligados ao lulopetismo e a direção do ineficiente DCE da universidade e a Bora Montar Uma Chapa, composta apenas por estudantes independentes do campo autonomista.
Nossa corrente, recorrentemente nas mais distintas esferas que atuamos, alertamos e expusemos toda a problemática do campo lulopetista e sua política traidora de contenção da disputa política pelas ruas e organizada pela base e nesta linha que construímos o debate e oposição com a chapa Aroeira.
Porém o debate central deste processo se deu com a chapa do campo autonomista, Bora Montar Uma Chapa, e como aqui dito antes apresentaram de maneira regressiva e contraditória a sua posição política, uma negação da política na verdade, onde se apoiaram em grande parte atrás de ataques diretos a nossa chapa, como, por exemplo, dizendo que nos escondemos no debate conjuntural pois não queríamos discutir as problemáticas da universidade, o que na verdade é que não entendem, e assim entendemos, é que a conjuntura é central no entendimento sobre a real situação da educação como um todo, um dos principais campos atacados por Bolsonaro e Dória.
Outra gigante problemática adotada como linha de campanha pelos autonomistas foi a de identitarizar e personificar a política, isto é, realizaram duros ataques nos classificando de estudantes de alta renda e ataques desonestos, o que compromete de maneira extremamente sectária a construção tanto programática quanto política do debate e balanço da inércia que o movimento estudantil e a geografia se encontram na luta por uma educação emancipadora, classista, laica e de qualidade para todxs! Em outras palavras, contiveram um importante e essencial debate político, através de ataques banais que em última instância servem apenas como linha auxiliar ao lulopetismo e assim comprometem uma construção de uma alternativa para o movimento.
Por último, a aversão às organizações e estudantes que militam em partidos, principalmente os da esquerda socialista, construída na campanha pelos autonomistas é extremamente preocupante, uma vez que se alinha politicamente com o próprio governo ultrarreacionário de Bolsonaro que age no sentido de retirar o direito de se organizar politicamente. Uma atitude que desconsidera a atual conjuntura e a partir de uma postura extremamente sectária compromete a construção em unidade do curso para transformar-se numa ferramenta de luta, o que deveria ser.
Nossos desafios
Temos que ter em mente que a mobilização precede de eixos fundamentais: construção pela base, discussão programática, formulação política com os trabalhadores e se possível professores (difícil corpo de acesso na universidade), política cotidiana no curso, unidade política com a esquerda socialista e com os estudantes independentes e uma organização independente da burocracia lulopetista que enrijece e contém o movimento estudantil, assim como têm feito na direção do Diretório Central dos Estudantes (DCE).
Assim, temos pela frente um grande desafio na construção do Curso de Geografia da USP e do seu Centro Acadêmico como ferramentas fundamentais do movimento estudantil, corpo social importantíssimo na luta nacional contra o governo ultrarreacionário de Bolsonaro com suas intensões bonapartistas de retirada de direitos e ataques profundos, ao que entendemos como ferramenta fundamental na luta por um mundo mais justo e igualitário, à nossa educação, algo que os governos do PT e sua política de conciliação e financeirização desta ferramenta não puderam colocar um horizonte de saída para a universalização da educação.
De todo modo, parabenizamos a chapa eleita por sua eleição e alertamos também para os desafios que terão, vista a encruzilhada histórica que nos encontramos, a mais dura desde o final da ditadura militar. Acreditamos veementemente que a disputa política deve ser honesta, transparente e única e exclusivamente pelo convencimento do corpo estudantil e sendo assim seguiremos nosso trabalho para uma construção de uma geografia classista, combativa e como protagonista da luta contra Bolsonaro e Dória.