Por um voto crítico em Lula para derrotar o golpismo neofascista!
Os resultados do primeiro turno eleitoral provocaram consternação e desânimo entre amplos setores dos movimentos sociais e da esquerda, pois além de Lula não ganhar em primeiro turno, como era incautamente esperado por seus apoiadores, as candidaturas reacionárias de ultradireita obtiveram importantes votações no país. Diante do segundo turno, é um fato que Bolsonaro saiu na ofensiva para a disputa pela presidência.
Esse é o resultado político direto da estratégia frenteamplista que impulsionou Lula com setores da burguesia, com a qual colocaram o movimento operário e de massas numa situação de passividade e desmobilização, gerando a expectativa de se pode derrotar Bolsonaro sem a luta pelas ruas e, além disso, uma vitória já no primeiro turno. Muito diferente tem sido a estratégia dos bolsonaristas. Ou seja, desde sempre alavancam iniciativas extra parlamentares, além de usar a máquina federal, saíram às ruas para “virar o jogo”, o que ficou bastante claro no 7 de setembro com centenas de milhares de protofascistas nas ruas de Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.
O que fazer para derrotar Bolsonaro? Sem dúvida, é preciso impedir que este ganhe no segundo turno, dia 30 de outubro. Uma vitória de Bolsonaro no segundo turno forneceria condições mais favoráveis ao seu projeto neofascista de fechar o regime e acabar com as liberdades democráticas elementares da classe trabalhadora e dos oprimidos (o direito de organização e luta), pois a partir do controle do governo e com uma melhor correlação de forças que agora tem no Senado e na Câmara do Deputados, possibilitará avanços reacionários inéditos no pós ditadura.
Porém, a derrota desse processo golpista de Bolsonaro nas ruas e nas urnas só será possível através de uma intensa mobilização direta organizada pela base para denunciar os sérios perigos históricos que representa o neofascismo bolsonarista. Ao mesmo tempo, é preciso lutar contra os ataques em curso com os cortes orçamentários na educação pública, saúde e demais serviços públicos – para garantia do criminoso orçamento secreto – e às condições de vida e trabalho dos explorados e oprimidos através de medidas anticapitalistas e não capitulando aos setores mais reacionários da sociedade, como tem feito Lula, sua campanha e o PSOL.
Nós do Socialismo ou Barbárie (SoB) e da juventude Já Basta! – que impulsionamos a candidatura coletiva da Bancada Anticapitalista – chamamos ao voto crítico em Lula no segundo turno. Não temos nenhuma confiança num eventual governo de Lula-Alckmin porque vai governar junto com a burguesia e continuar com as medidas de ajuste. É claro que não será um governo progressivo em relação aos direitos das mulheres – ou a qualquer reforma estrutural – como ficou claro em sua mensagem contra o aborto (uma medida oportunista para aproximar-se aos setores evangélicos reacionários), tende, aliás, a fazer contrarreformas como foram os anteriores mandatos petistas.
Porém, diante do segundo turno a única opção eleitoral para impedir a vitória do neofascista Bolsonaro e seu movimento, que se eleito instalará um segundo mandato ainda mais autocrático que tende ao fechamento do regime, é o voto crítico em Lula combinado com a mobilização direta nas ruas. A luta contra Bolsonaro não pode ser restringida às micaretas eleitorais, como temos visto em todo o país, até porque a ultra direita e seu projeto seguirá sendo importante ameaça mesmo após o pleito eleitoral.
Todas as organizações do movimento de massas, com Lula à frente, devem impulsionar Comitês que articulem ações de rua diariamente, que chamem o voto em Lula, apoiem as lutas em curso e as demandas reais dos trabalhadores e oprimidos. Essa mobilização deve ser feita de cima a baixo no país através de Comitês Unitários de Luta Anti-golpista em todos os locais de estudo, trabalho e moradia para organizar um calendário nacional de mobilização com a mais ampla unidade na ação e por meio de um programa que atenda às necessidades concretas dos explorados e oprimidos. Só assim vamos derrotar o golpismo Bolsonarista!
