É preciso cercar essa luta de toda a solidariedade
RENATO ASSAD
Hoje os entregadores de Jundiaí vão para o 6º dia de greve, Paulínia está no 7º e parece que Rio Claro também pode parar a qualquer momento. A greve de Jundiaí foi iniciada no dia 9 deste mês e o movimento tinha a previsão de durar 4 dias, mas devido à intransigência das empresas, que se recusaram até em abrir uma mesa de negociação com os trabalhadores, hoje está indo para o seu 6º dia de duração e se fortalece. Além destas cidades, os entregadores de São Carlos paralisaram suas atividades por 2 dias, voltaram ao trabalho e planejam nova greve daqui há 2 semanas, enquanto Niterói e São Gonçalo entrarão em greve de 7 dias a partir de amanhã (15).
Da mesma forma que os entregadores de São José dos Campos, que fizeram um movimento grevista vitorioso contra a Ifood no mês passado, esse processo de mobilização ocorre de maneira independente, recupera os métodos históricos de luta da classe trabalhadora e forma in locu sua organização, vanguarda e representação.
As empresas, particularmente a Ifood, estão tentando quebrar a força do movimento através de “promoções” atípicas na plataforma e da intimidação policial, mas os trabalhadores resistem através de piquetes, de conversas com os companheiros, da ampliação da democracia do movimento e pelo apoio que têm recebido de diversos setores.
Os entregadores de Jundiaí e Paulínia, além da sua própria força, já contam com o apoio de setores importantes da sociedade e de advogados comprometidos com a classe trabalhadora. Mas, para ser vitoriosa, essa luta precisa do apoio de todos para regionalizar e nacionalizar o movimento.
Se é preciso, por um lado, uma sistemática campanha de denúncia contra a a Ifood, que além de super explorar os entregadores, recusa-se em abrir a mesa de negociação. Por outro, estes(as) trabalhadores(as) precisam ter o seu movimento cercado de solidariedade de todos(as) que se colocam do lado da classe trabalhadora e dos oprimidos, dos partidos de esquerda, dos sindicatos combativos e das centrais sindicais e, principalmente, da massa da população trabalhadora de Jundiaí – para além da denúncia e boicote sistemático da empresa Ifood pelas redes sociais.
Essa é uma greve que luta pelo fim dos bloqueios sem justificativa, por melhores taxas, por taxa dobrada aos domingos, promoção no perímetro inteiro, sem coleta dupla, código em todas as entregas e chamar os motoboys apenas quando os pedidos estiverem prontos.
Como se vê, é um conjunto de reivindicações básicas, uma luta contra a escravidão moderna, para garantir a esses trabalhadores que são cada vez mais importantes no processo de produção, circulação e troca, condições mínimas de trabalho e sobrevivência.
Você também pode contribuir com essa luta participando diretamente dos atos convocados pelos grevistas ou doando qualquer quantia para o pix: 0a9a10b6-d54f-470e-99ec-6d85fd29eb29 (o valor arrecadado será utilizado para garantir faixas, panfletos e mantimentos para os grevistas), doando alimentos não perecíveis nos pontos de coleta (Jundiaí Shopping e Máxi Shopping) ou não comprando pelos aplicativos durante esses dias.
Hoje voltamos a Jundiaí, eu e outros companheiros (as) da juventude do Socialismo ou Barbárie – tendência do PSOL, para acompanhar e apoiar mais essa greve que, além de lutar por mínimas condições de existência, está construindo de forma fundacional o movimento de parte da nova classe trabalhadora. Nos acompanhe em nosso site e em nossas redes.
Viva a luta dos entregadores de Jundiaí, Paulínia e região!
Que as reivindicações sejam atendidas imediatamente!
Boicote à Ifood até que as reivindicações sejam atendidas!
É preciso cercar essa luta de toda solidariedade de classe!