No dia de ontem, 15, diante da mobilização e resistência dos estudantes moradores do Crusp contra os ataques à permanência estudantil, a Universidade de São Paulo notificou 5 alunos com um fraudulento processo administrativo que pode encaminhar uma expulsão coletiva.
Juventude Já Basta!
Desde que a moradia estudantil da USP, o Crusp, foi conquistada pelos estudantes em luta com ocupações e auto-organização, os ataques feitos por todas as diferentes composições da Reitoria universitária são incontáveis.
No passado fizeram o possível para impedir que os edifícios construídos em 1963 para os jogos Pan-Americanos fossem convertidos em moradia estudantil. Uma vez sendo forçados a reconhecer a conquista da mobilização independente por moradia – entre avanços e recuos por conta da repressão militar -, ao curso da história, a burocracia universitária persegue e ataca sistematicamente aqueles que lutam pela permanência.
Hoje, mais uma vez, a Reitoria universitária junto à Prip (Pró-reitoria de inclusão e pertencimento) em aliança com a recém deposta gestão do AmorCrusp dirigida pela juventude do PT, se utiliza de métodos reacionários respaldados na Guarda Universitária e na PM, que nos remetem à Ditadura Militar, para expulsar moradores da universidade.
Em uma ocupação há dois dias na frente da sede do AmorCrusp, os estudantes moradores se mobilizam pelo reconhecimento da deposição da gestão AvanteCrusp e contra a política de controle de acesso aos prédios de moradia que de maneira oportunista surge como suposta solução às pixações de cunho neonazistas encontradas nas paredes das moradias e do espaço de vivência do DCE.
No dia de ontem, 15, cinco estudantes trabalhadores receberam uma notificação sobre a abertura de um processo administrativo que pode encaminhar a expulsão dos mesmos, impossibilitando que os estudantes possam receber seus diplomas e prestar o vestibular durante uma série de anos. Dois dos moradores receberam uma intimação exigindo a saída em até 24 horas de seus apartamentos, um deles é pai de uma criança.
Nós da Juventude Já Basta! nos solidarizamos com os alunos perseguidos e repudiamos categoricamente essa manobra autoritária e elitista que recai, sobretudo, aos estudantes de baixa renda. Exigimos a revogação imediata desses processos fraudulentos bem como o reconhecimento da legitimidade da deposição da chapa AvanteCrusp deliberada democraticamente em assembleia de moradores.
É necessário e urgente que o DCE mobilize uma campanha para que todos os Centro Acadêmicos e organizações políticas da universidade se pronunciem, construindo paralelamente uma rede de apoio material, jurídico e solidariedade para enfrentar em ampla unidade a atual e dramática situação.
É necessário apostar na autoatividade do movimento estudantil, em aliança com os trabalhadores da USP, para levar adiante as reivindicações da juventude trabalhadora e construir uma universidade verdadeiramente pública e de qualidade – uma universidade pela e para a classe trabalhadora!
Abaixo à repressão no Crusp!
Fim das perseguições e dos processos administrativos!
Viva a autodeterminação dos estudantes!
Nenhum estudante a menos!