UNIFICAR A RESISTÊNCIA CONTRA BOLSONARO E CONSTRUIR O PSOL PELA BASE

Socialismo ou Barbárie ABC – tendência do PSOL

POR ANTONIO SOLER

Terminado o processo eleitoral, o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) está realizando um amplo debate em toda a sua base no sentido de compreender quais são os pontos fortes e fracos da nossa participação no processo eleitor definir o perfil do próximo governo, ajustar as linhas de atuação no movimento e as tarefas centrais de construção. Além disso, queremos convidar todos os filiados, simpatizantes e militantes do partido para uma agenda de debates e ações que tem por objetivo já dar respostas para os enormes desafios políticos e construtivos que temos pela frente.

CONSTRUIR COMITÊS DE RESISTÊNCIA EM TODOS OS NÍVEIS  

A eleição de Jair Bolsonaro (PSL) coloca um novo cenário político nacional que terá impacto sobre todas as instâncias do país. O Brasil terá à sua frente um candidato neofascista que tem como programa generalizar privatizações, atacar todos os direitos dos trabalhadores, das mulheres, dos negros e dos oprimidos. Para tanto, como todo governo autoritário, quer calar a nossa voz e atacar o que é de mais sagrado para nós que é o direito de lutar.

Mas, sabemos que uma eleição não impõe por sí só a correlação de forças, nos próximos meses temos que saber dar a resposta nas ruas à tentativa de impor a repressão através da luta em defesa da aposentadoria, contra as privatizações, contra a redução da maioridade penal e outros ataques que vêm pela frente.

Nesse contexto, a participação do partido na Frente Povo Sem Medo, Conlutas e Intersindical e em outras organizações independente dos patrões, do governo e da burocracia para impulsionar as frentes únicas em defesa dos direitos em todos os níveis – principalmente pela base – é fundamental.

LIGAR A LUTA ECONÔMICA COM A LUTA POLÍTICA É DECISIVO

As centrais sindicais realizaram tiraram manifestações comuns para o dia 22 e 26 de novembro, com o objetivo de barrar a “reforma” da previdência que tem o apoio de Temer e de Bolsonaro.

Na convocatória do Dia de Paralisação de 22 de novembro a CUT em nota coloca que “as centrais sindicais defendem um projeto de desenvolvimento com geração de emprego e distribuição de renda, trabalho decente, aposentadoria digna e a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salário.”

Sem dúvida que a luta pela redução do desemprego e contra a “reforma” da previdência é central no atual momento. Porém, na nota da referida central não tem sequer uma referência às ameaças de Bolsonaro e dos seus aliados no Congresso no sentido de criminalizar toda forma de ativismo através da lei “antiterrorismo”.

O que quer o governo semibonapartista de Bolsonaro e os seus seguidores em todas as instâncias é atacar o direito de luta para, assim, poder atacar todos os demais direitos dos trabalhadores e dos oprimidos. Por essa razão, é um tremendo equivoco não ligar as lutas pela redução da jornada de trabalho e em defesa da aposentadoria com a luta pelas liberdades democráticas e pelo direito à livre organização que sofrem sérias ameaças nesse momento.

Levando em consideração esse apontamento e a necessidade de construir um programa de defesa das liberdades democráticas com um programa econômico dos trabalhadores, convocamos a todos/as que participem dessa importante Agenda de mobilização no dia 22/11 que contará com Ato público às 16h no Vão Livre do Masp.

A LUTA CONTRA O RACISMO ONTEM E HOJE

A luta do povo negro pela sua libertação tem um papel central na história do país, a sua luta pela libertação, por trabalho, moradia, saúde, educação formal e todas as demais são fundamentais para compreender a história da luta de classes no Brasil. Mas depois de passados mais de 130 anos de sua libertação, o racismo funcional do sistema capitalista continua super explorando e oprimindo os trabalhadores, as mulheres e a juventude negra que são as maiores vítimas de todas as formas de exploração, precarização e violência.

O próximo governo tem com uma de suas pautas centrais para combater a criminalidade a revisão da legislação visando facilitar ainda mais o encarceramento, a violência e o genocídio da juventude negra. Além disso, o projeto escola sem partido, além de vetar a discussão sobre gênero, classe social, opressão e exploração no geral, quer eliminar do currículo escolar o debate sobre as causas, origens e estruturação do racismo no Brasil.

Em termos locais, o prefeito da cidade promulgou um decreto criminoso que transfere o dia da consciência negra, 20 de novembro (em homenagem a Zumbi, o grande líder do quilombo de Palmares) para o dia 16 de novembro, com o claro objetivo de descaracterizar politicamente uma data de tanta relevância para a luta dos negros no Brasil.

Não se pode pensar na emancipação dos explorados e oprimidos no Brasil sem pensar na luta contra o racismo estrutural. Por isso, o PSOL e outras entidades comprometidas com a luta da população negra, particularmente dos trabalhadores, mulheres e jovens estão realizando uma série de debates para discutir esse tema, para elabora políticas e táticas para enfrentar os ataques dos governos em todos os âmbitos.

Como atividade especificamente organizada pelo PSOL de São Bernardo do Campo (SBC), foi tirada na reunião do PSOL de SBC que usaremos a Tribuna da Câmara dos Vereadores para denunciar o decreto do prefeito Orlando Morando que muda a data de comemoração do Dia Nacional da Consciência Negra e um Ato dia 20 de novembro na Praça Matriz a partir das 16 horas.

PSOL TEVE PARTICIPAÇÃO VITORIOSA NAS ELEIÇÕES

O PSOL conseguiu superar a cláusula de barreira, dobrar a bancada de Deputados Federais e estaduais em São Paulo. Ao todo elegemos 10 deputados federais e 15 deputados estaduais. Mas não foi qualquer ampliação parlamentar, pois elegemos companheiras e companheiros que estão ligados diretamente à luta dos trabalhadores, das mulheres, dos negros e dos lgbts.

Nossos candidatos a presidente e vice, Guilherme Boulos e Sonia Guajajara, simbolizaram o que é de mais avançado na lua em defesa dos trabalhadores e oprimidos nesse país. Estiveram à frente de uma campanha eleitoral com pouco tempo de TV, poucos recursos materiais e que enfrentou o poder econômico, mas que se notabilizou pela defesa de um programa de enfrentamento às contrarreformas de Temer, ao avanço do reacionarismo representado por Bolsonaro e em defesa de um programa para atender às necessidades políticas, econômicas, sociais e culturais dos de baixo.

Da mesma forma, nossa candidata a governadora São Paulo, Profª Lisete Arelaro, única mulher a disputar o governo do Estado, apresentou uma candidatura construída programaticamente a partir da discussão política com todos os setores. Isso somado à longa trajetória de Lisete em defesa do povo permitiu que nossa candidata em São Paulo fosse a única voz que enfrentou as candidaturas patronais e o tucanato de São Paulo.

No ABC e em São Bernardo do Campo, o partido apresentou candidaturas ligadas às lutas pela educação, pelos direitos das mulheres, dos lgbts, do meio ambiente, da moradia, do emprego e etc. Ou seja, da mesma forma que a nível nacional e federal, na região, o PSOL mais uma vez fez uma campanha eleitoral voltada às necessidades, à mobilização e à organização pela base dos trabalhadores e oprimidos.

Temos certeza, assim, que com essa campanha eleitoral o partido em SBC e na região sai muito mais fortalecido, política e organizativamente, para os grandes desafios do próximo período. Para isso, além de agradecer a confiança depositada em nossas candidaturas e programa através dos votos, que nossos eleitores cerrem fileiras nas lutas mais importantes, que participem das nossas atividades, que se filiem ao PSOL e contribuam para a organização de núcleos de base, tarefa fundamental para o próximo período.    

VENHA CONSTRUIR O PSOL CENTRO SBC COM A GENTE

Como parte do esforço de construção do PSOL, o PSOL Centro SBC convida todos/as para um debate sobre a luta contra o neofascismo no Brasil, a natureza política do governo Bolsonaro, as tarefas de frente única e unidade de ação para a luta por democracia e a organização do PSOL no próximo período.

Esse debate está sendo construído de forma democrática e contará com a participação de todos militantes, filiados e simpatizantes do partido na cidade. Além disso, as tendências internas enriquecerão a atividade abrindo o debate em um painel com as várias posições do nosso partido sobre a atual conjuntura. Depois do debate, da discussão e dos encaminhamentos necessários, faremos uma confraternização com música de qualidade, bebidas e comidas a preços de custo. Essa atividade será realizada no dia 24/11 às 16ho na Avenida Imperador Pedro II, 173. Venham compas!