A arma da crítica não pode decerto substituir a crítica das armas; a força material só será derrubada pela força material; mas a teoria em si torna-se também uma força material quando se apodera das massas. A teoria é capaz de se apossar das massas ao demonstrar-se ad hominem, e demonstra-se ad hominem logo que se torna radical. Ser radical é agarrar as coisas pela raiz. Mas, para o homem, a raiz é o próprio homem. (Marx, Para a crítica do Direito de Hegel)
No mês de setembro estão previstas as primeiras sentenças das comissões processantes. O “trabalho” dessas comissões se baseia no anacrônico decreto de 1972, que considera ato de indisciplina a manifestação política, as paralisações e até afixar cartazes…
Esses processos estão a serviço da criminalização do movimento estudantil e dos trabalhadores da USP. Não é demais insistir que estes estudantes e trabalhadores estão sendo processados porque estiveram na linha de frente da luta contra a mercantilização e a militarização da universidade.
As comissões processantes são tribunais de exceção contra o movimento como um todo. São, assim, instrumentos dentro da estratégia da reitoria para instaurar um regime político reacionário que, se efetivado, ameaça totalmente a liberdade e direito a crítica no interior da universidade. Assim, o que esta em jogo é o direito básico de lutar em defesa de uma universidade pública, democrática e que esteja a serviço da maioria.
Não caímos na dicotomia criada pela direção do DCE (PSOL e PSTU) entre luta pela democratização versus luta contra a repressão, pois não podemos realizar uma sem a outra. Democratizar a universidade hoje significa um período prolongado de luta unificada contra a repressão e sua expressão mais imediata: os processos administrativos e criminais. Por isso, a principal tarefa do movimento hoje é lutar pela reincorporação/reintegração dos estudantes/trabalhadores e contra qualquer nova punição a estes.
Nesse sentido, participar massivamente do ATO-DEBATE que ocorre na Faculdade de Direito no dia 20 de setembro às 18 horas é um passo importante para retomarmos efetivamente a condição de um grande movimento estudantil que, a exemplo da greve do ano passado, possa questionar e derrubar esse regime ditatorial e, assim, criar condições políticas para democratizar a universidade.