“A história de todas as sociedades é a história da luta de classe.”

Karl Marx e Friedrich Engels

SEVERINO FÉLIX

Desde a última eleição presidencial de 2018, que com a vitória de Jair Bolsonaro cristalizou um período abertamente reacionário, acentuou-se a perseguição aos movimentos sociais, ativistas e lutadores, às organizações sindicais e consequentemente às suas lideranças combativas que não se amedrontaram em seguir enfrentando os patrões, Jair Bolsonaro e todo o seu governo.

Com este governo que faz do Brasil um laboratório para o avanço do ultracapitalismo, a perseguição aos servidores públicos tornou-se algo sistêmico e permanente. As contrarreformas da Previdência (aprovada em 2019) e Administrativa (PEC 32), com anseio do capital financeiro e, todavia, por ser aprovada, e as perseguições individuais aos trabalhadores e representantes sindicais expressam pela extrema-direita uma agenda antioperária.

Para quem ousa lutar contra os categóricos ataques e se coloca na resistência contra este perverso e criminoso regresso nas condições de vida dos explorados e oprimidos não deixa de correr o risco de enfrentar esta sistemática perseguição tanto na esfera privada do trabalho quanto na pública. Este é o caso do camarada Antônio Francisco Ferreira (mais conhecido como Ferreirinha) – companheiro que têm sua trajetória dedicada às lutas políticas e sindicais de sua categoria – demitido nos últimos dias dos Correios em uma clara perseguição política.

O camarada estava na ECT desde 1996 e sempre esteve mobilizado na luta da categoria onde foi eleito Diretor sindical da entidade por um período, também atuou como representante de Base/ Delegado sindical e Cipeiro da categoria ao longo destes 25 anos de trabalho.

Desde a última luta da categoria contra a privatização da Empresa de correios e Telégrafos (ECT), o camarada Ferreirinha vem sofrendo perseguições por parte da chefia chegando a ser transferido de unidade de trabalho como forma de punição política e atrapalhando sua atuação política na unidade.

Na última semana o companheiro foi surpreendido como o anúncio de demissão por justa causa, após quase 3 décadas de trabalho e próximo de sua aposentadoria. Esse ato covarde demonstra que o governo Bolsonaro alinhado à chefia da ainda estatal, por um lado, não mede esforços em liquidar todo o tipo de mediações para perseguir lutadores e lutadoras e, por outro, afirma-se cotidianamente como inimigo número um da classe trabalhadora.

Desta forma, nós da organização Socialismo ou Barbárie – Tendência do PSOL nos solidarizamos com o camarada Ferreirinha e exigimos a imediata recondução do companheiro às suas funções laborais. Lutar não é crime, e por isto é necessário que todas as organizações da esquerda se solidarizem e se somem, na próxima terça-feira (21) às 10h no CTP, ao ato pela reintegração imediata de Ferreirinha aos Correios.