Professorxs em Movimento
Mais uma vez tivemos a oportunidade de presenciar o que acontece quando as direções sindicais ou partidárias burocratizadas ficam distantes (por longos períodos) de suas bases.
Por esta lógica, ao não conseguir analisar a realidade com precisão e realizar uma caracterização, não conseguem elaborar uma política real para o movimento.
Nossas últimas assembleias para realizar um balanço e apontar os rumos da greve, iniciada no último dia 08/02, demonstraram a máxima miopia da burocracia sindical.
Não se constrói a luta impondo a tática burocraticamente
Em primeiro lugar, nas assembleias virtuais do dia 05/02 foi decretada de cima para baixo, sem nenhuma consulta à categoria, uma greve que não teve adesão nenhuma da categoria, foi somente acompanhada por alguns militantes sindicais.
Apesar da necessidade de combater a política genocida do governador João Doria e do secretário da educação Rossieli Soares de voltas das aulas presencias em tempos de pandemia, não se pode substituir a democracia de base.
Não houve por parte da maioria das direções, nem mesmo de boa parte da oposição, a competência de quantificar o número de profissionais afastados por comorbidades ou as cidades com decretos suspendendo as aulas presenciais neste momento.
Depois de uma semana de fiasco, a direção majoritária da APEOESP e parte da oposição que compõe a direção do sindicato faz um acordo tático e continuam a apostar nessa tática substituista de forma “disfarçada”.
Na assembleia do dia 12/02 não consideram que a greve não teve adesão nenhuma da categoria e apresentam uma linha extremamente confusa que mantém a “greve”, mas com volta para as escolas a partir dia 15/02.
Direção majoritária demonstra como não se deve construir a luta
Nas assembleias virtuais no dia 19/02 (mais uma vez esvaziada) para decidir sobre a continuidade ou não da greve de mentira, mais uma vez de forma totalmente fora realidade, a presidenta da APEOESP, Maria Isabel (Bebel), e demais membros da oposição resolveram de forma surreal a continuidade desta suposta “greve” iniciada no último dia 08/02.
Na assembleia da capital e grande São Paulo bloco a proposta de suspensão da “greve” foi vitoriosa com 151 votos a favor, porém na somatória dos três blocos restantes a proposta de manutenção da greve saiu vitoriosa.
Foram 623 votos pela continuidade da greve contra 486 pela suspensão. Vou aprovado também nova assembleia a ser realizada para o próximo dia 27/02 para deliberar sobre algo que não existe.
A realidade é que a direção majoritária, com setores da oposição, que quer impor burocraticamente uma “greve” de cima para baixo, é majoritariamente composta por diretores afastados (sem descontos em seus rendimentos) de suas bases, por diretores afastados por comorbidades e aposentados.
Portanto, uma burocracia que não está diretamente na linha de frente dessa paralisação, consequentemente, além de não terem descontos em suas folhas salariais não têm que enfrentar os professores e a realidade escolar de frente.
Apesar desta grave situação, a burocracia do sindicato não tem autoridade nenhuma com essa proposta de greve. Não se pode decretar uma greve sem dialogar com a categoria, sem a sua participação efetiva e sem quórum mínimo.
Essa tática de “greve” de cima para baixo nunca existiu e serviu apenas para distanciar ainda mais o sindicato dos professores e desgastar a vanguarda que estava no campo de batalha para organizar alguma forma de resistência ao negacionismo tucano.
Momentaneamente perdemos uma possiblidade real de construir um movimento de luta mais amplo e até uma greve devido à burocracia sindical e aos desvios substituistas de vários setores da oposição.
Nós do Coletivo Professorxs em Movimento acreditamos que podemos reverter essa situação, mas com outra concepção de luta. É preciso continuar a denúncia da política negacionista do governo, que já está dando os seus mórbidos resultados, na base para nos conectarmos com os professores. Só assim podemos apontar para a realização de uma greve de fato.
Não existe nesse momento a possibilidade de construir uma greve, mas isso não significa que não podemos revertera situação e mobilizar mais amplamente. Para isso, a melhor estratégia é construir um calendário de ações de rua (com distanciamento sanitários) e ações virtuais para abrir o diálogo com a categoria.
CARREATAS EM DEFESA DA VIDA E CONTRA AS AULAS EMERGENCIAIS
ATOS COM SEGURANÇA SANITÁRIA EM FRENTE A SEDUC
BASTA DE NEGACIONISMO TUCANO
CONSTRUIR A GREVE SANITÁRIA
VACINAS PARA TODOS JÁ
AUXILÍO ENERGENCIAL JÁ
FORA BOLSONARO E MOURÃO
ELEIÇOES GERAIS