O governo BolsoDória mais uma vez demonstra o seu desprezo pela população do Estado de São Paulo e, consequentemente, pelos servidores da educação, alunos e seus familiares neste momento crítico de crescimento da pandemia.
RAMOS SILVA
Em pleno pico de contágio da COVID-19 e contrariando os epidemiologistas, vem a público propagandear o retorno das aulas presencias para 01/02/21. Ao ver a população ser contra e com pressão da APEOESP, fez um recuo tático para 08/01/21, como se a pandemia fosse terminar nesse período.
Dimas Covas, que faz parte do Centro de Contingência contra Covid-19 – grupo composto por cerca de 20 profissionais da área da saúde – não recomenda o retorno das aulas presenciais neste momento.
Segundo Dimas Covas, temos cerca de 15 milhões de pessoas que irão voltar a circular no Estado com o retorno das aulas presenciais, desta forma, potencializando a transmissão do vírus. Indo na contramão de aumentar a restrição de abertura do comércio e de circulação de pessoas pelas ruas.
Dória e seu Secretário de Educação (Rossieli Soares) alegam que é preciso retornar às aulas presenciais devido à saúde mental dos alunos. Porém, durante todos o ano de 2019 não houve uma proposta para tratamento destes alunos e seus familiares, portanto, é muita cara de pau da parte de João Dória e Rossieli Soares quererem que a comunidade escolar aceite está desculpa como justificativa para o retorno.
O Conselho Estadual de Educação emitiu uma nota deliberando obrigatória a presença de alunos, em pelo menos 1/3 das aulas na escola. Porém, com o aumento dos casos de contaminação foi obrigado a recuar desta barbaridade, e as famílias já não são mais obrigadas a enviar os alunos nesta fase vermelha no Estado.[1]
Desta forma, é preciso dialogar com alunos e toda comunidade escolar sobre o risco à saúde pública deste retorno presencial e, ao mesmo tempo, elaborar um plano de reposição dos conteúdos perdidos durante o ano de 2019. Professores e alunos foram extremamente prejudicados e não podem pagar a conta por falta de diálogo dos governos municipais e do governo do estado com a comunidade escolar.
Unificar a luta para enfrentar a política de morte de Dória
Não podemos aceitar passivamente o retorno das aulas presenciais sem uma campanha de vacinação para toda população do Estado de São Paulo. Tanto Bolsonaro quanto Dória estão fazendo da guerra das vacinas um marketing político, enquanto isso mais de 1000 pessoas estão perdendo suas vidas diariamente.
O descaso do governo federal de Jair Bolsonaro, junto com o seu secretário da saúde general Pazuello, e sua total irresponsabilidade negacionista da pandemia já fez o Brasil ultrapassar mais de 200 mil mortes, o que, dentre outras catástrofes, levou ao recente caos total no Estado do Amazonas.
Diante disso, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) está totalmente inerte no sentido de elaborar um plano para organizar os trabalhadores a nível nacional no sentido de preparar uma grande greve geral sanitária da educação.
Temos uma grande crise de representatividade das entidades sindicais (o que não é de hoje) após a MP 873, que suspende a contribuição sindical diretamente nos salários dos trabalhadores, em que várias entidades sindicais perderam suas fontes de recursos, principalmente os sindicatos pelegos e sem representatividade em suas bases. Em São Paulo temos a APEOESP, sindicato dos professores da rede estadual, que, assim como a CNTE, está com uma política totalmente passiva frente aos ataques de João Dória e Rossieli Soares a toda categoria e comunidade escolar, pois querem impor o retorno das aulas presenciais custem as vidas que custarem.
Só será possível derrotar João Dória e os demais governos se houver a criação de uma ampla frente de resistência ao retorno das aulas presenciais sem vacina. Obviamente que não somos insensíveis à necessidade de elaborar um plano alternativo de educação e recuperação dos conteúdos junto com os estudantes e a comunidade escolar, mas a preservação da vida deve ser prioridade.
Caso o governo do Estado insista em manter o retorno das aulas presenciais em plena pandemia, e com essa nova mutação do vírus que o torna muito mais contagioso, somente nos resta ir à greve em defesa da vida. Para isso é necessário também a criação de Comitês de Luta com representações de várias categorias da educação e unificar a luta nos Estados, bem como nos municípios, contra o retorno das aulas presenciais.
Durante a elaboração desta nota, a justiça decretou uma liminar com a suspensão das aulas presenciais no Estado de São Paulo para as redes particular e pública. Isso demonstra também que a manutenção do ensino remoto é essencial para preservar vidas.
Retorno das aulas presenciais somente com vacina para toda população
Unificar a luta contra o negacionismo
Greve Sanitária e em defesa da vida já
Vacina para toda a população
[1] Jornal o estado de São Paulo 23/0/2021