Sofía Mazú, declaração de Las Rojas
Poucas horas depois do início de um dia histórico, as mulheres se preparam em toda parte para que o Congresso aprove nessa primeira sanção a aborto legal. Mais do que nunca, temos que estar conscientes de que a luta é contra este governo reacionário e clerical, porque é contra o direito de decidir e está fazendo todos os esforços para que o projeto não saia.
Macri, os profetas antidireitos e a Igreja, estão em todos os meios oficiais, dizendo que o debate está dividido, que a opinião esta divida em metades iguais. Em vez de mostrar a quantidade de lenços verdes que vemos por metro quadrado nas ruas, esses setores dão audiência as “mobilizações” dos conservadores. O governo de Cambiemos, na cidade de Buenos Aires, definiu um “corredor de segurança” que dividirá a Praça Congresso pela metade, designando um lado para o movimento de mulheres e o outro para o direito patriarcal. Esta divisão é uma verdadeira encenação, não é a realidade.
Uma vez que, as mulheres já começaram o debate e ganharam a maioria da sociedade para apoiar esta direito. Nós nos cercamos de solidariedade de diferentes setores em luta. O movimento secundarista tem estado verdadeiramente na vanguarda dessa luta. As trabalhadoras e trabalhadores do Hospital de Posadas ou os mineiros de Rio Turbio, que marcharam por seus postos de trabalho, também marcharam com seus lenços verdes em punhos erguidos. As Mães e Avós da Praça de Maio, como Norita Cortiñas, também. As atrizes argentinas, que se posicionaram no debate parlamentar, que levaram essa luta a televisão e aos jornais com muita força. Essa é a realidade. Na rua, no trabalho e nos locais de estudo, os lenços verdes estão por toda parte, os lenços celestes (da direita) estes sim são marginais. É visto no cotidiano os lenços verdes e o consenso popular de que a lei deve sair.
Essa tem sido uma enorme conquista que nos permite lutar até o fim pela conquista que estamos buscando a de que o aborto seja lei Não podemos esquecer que as condições para ganhar são dadas. Não podemos ceder um milímetro para o macrismo. Não será o mesmo se hoje conquistamos a proposta na Câmara dos Deputados. O grau máximo de nossa mobilização esta agora e é vista em todos os lados. A força que nos fez crescer, companheiras, a plenos pulmões! Porque se a aprovação não passa, mulheres e pessoas gestantes continuarão a morrer pela natureza clandestina do aborto; porque muitas mulheres e meninas continuarão sendo forçadas a continuar com gestacoes indesejadas! Não esperaremos mais, agora é a hora!
Hoje vamos fazer história. Demonstraremos que não importa quantos ônibus transbordando de fascista vai trazer a igreja, financiada pelo Estado, vindos de mansões clericais, porque somos mais, somos a maioria, estamos dispostas a gastar mais do que um dia de exigência no Congresso e em todas as praças para obter o aborto legal. Vamos demonstrar o poder de fogo que nós mulheres temos com todos os nossos aliados e vamos fazer realidade a nossa bandeira. Não temos medo. Que os reacionários tenham medo, que os deputados receosos, o governo, a Igreja e todos os setores antidireitosos tenham medo! Que hoje, pela primeira vez, ganhe as mulheres!
Tradução: Rosi Luxemburgo