A política do governo do estado de São Paulo de retorno das aulas presenciais na educação básica no segundo semestre, através da Resolução Seduc 65/2021, é mais uma ação genocida para destruir a educação pública estadual. Por isso, precisa ser enfrentada com a máxima unidade da comunidade escolar e de todos os interessados em construir uma escola pública, gratuita e democrática.

SEVERINO FÉLIX

A Resolução 65, ao mesmo tempo em que determina o retorno presencial para os professores e funcionários, estabelece a não-obrigatoriedade aos estudantes no mês de agosto. Desconsidera, assim, que uma parte importante de professores e funcionários não estão com as duas doses de vacinas completas, a saúde física e emocional destes profissionais e que os estudantes recém começaram a tomar a primeira dose da vacina.

A APEOESP (Sindicato dos Professores da Rede Pública Estadual) acionou a justiça para garantir o direito de realizar o ensino à distância, mas, a pedido do governo do Estado, a liminar foi cassada pela mesma justiça burguesa que, normalmente, julga a favor do governo estadual e contra a educação. Para reforçar a política genocida tucana, Rossieli Soares veio a público, no maior escárnio, celebrar em seu twitte a queda da liminar.

Enquanto isso, os casos de contaminação de COVID – 19 só vem aumentando entre professores e alunos, e aumentou nos casos dos professores que tomaram as duas doses das vacinas estão sendo reinfectados. Com a nova variante (Delta), como tem ocorrido em outros países, que é muito mais contagiosa e atinge faixas mais jovens da população, a volta às aulas presenciais e a abertura do comércio coloca a possibilidade de uma nova onda (repique) de contágios e mortes até o final de setembro.

Como parte da política negacionista para volta das aulas presenciais, o governo do estado omite a quantidade de infecção pela COVID -19. É necessário a divulgação já para toda sociedade dos novos casos de infectados e, principalmente, de reinfectados. Alimentando a nova bomba relógio pandêmica, a orientação do governo é a de afastamento (alunos/ professores/ funcionários) dos contagiados e continuação da “normalidade” dentro das unidades escolares, para impor o retorno das aulas presenciais.

Notoriamente, a política de não realizar um isolamento social efetivo do governo de São Paulo – o que apenas torna a pandemia mais prolongada e a recuperação econômica mais lenta -. obedece aos interesses do grande capital. Na educação, essa lógica tem como correlato a flexibilização com o revezamento de alunos que frequentam a escola com o objetivo de garantir aulas presenciais nas escolas privadas devido à grande quantidade de evasão dos estudantes dentro destas instituições. Tudo isso ao custo de mais contágio e morte.

Em tempos de pandemia, Rossieli Soares exclui estudantes em massa

A SEDUC dá continuidade à sua política de excluir totalmente os estudantes que mais vem sofrendo pela fata de equipamentos e internet em suas residências, isso vem ocorrendo com as aulas não-presenciais desde 2020 e, nesse ano, com as aulas hibridas. A orientação para os diretores das unidades escolares é classificarem os estudantes com baixa participação no Centro de Mídias (CMSP) com a sigla N/COM (não-compareceu) e, desta forma, cancelar a matrícula destes estudantes. João Doria e Rossieli Soares, além de não investiram em um programa para fornecer equipamentos e internet aos alunos de baixa renda, agora, querem penalizar os mais vulneráveis tirando-lhes o direito ao acesso e permanência na educação pública e gratuita.

Mas, como todos sabem, a maldade contra os estudantes, professores e funcionários da rede estadual não para no tema do combate à pandemia. João Doria está tentando aplicar uma contrarreforma administrativa no estado com o PLC 26/2021, mostrando toda sua irá com os servidores públicos estadual. Entre tantas propostas, está a retirada de faltas abonadas da categoria e a redução de cerca de 10% do salário dos professores categoria O. Ou seja, a parcela mais precária da categoria.

Para combater a política genocida de Bolsonaro/Doria e os ataques aos direitos dos servidores públicos, é necessário unificar a luta da comunidade escolar com os demais servidores públicos estaduais e federal. Somente a unidade destes setores poderá construir uma ampla greve geral dos servidores públicos e poderá barrar o genocídio e a contrarreforma administrativa de Dória e Bolsonaro que irá beneficiar apenas empresários.

  • Não ao retorno das aulas presenciais sem vacina e sem controle pandêmico!
  • Não ao PLC 26 e todos os demais ataques aos serviços públicos, à escola pública e ao magistério paulista!
  • Diante das ameaças golpistas e da retirada de direitos, organizar toda a categoria e a comunidade escolar pelo Fora Bolsonaro e Mourão e Eleições Gerias já!
  • Todos/as ao ato Fora, Bolsonaro no Vale do Anhangabaú, no dia 7 de setembro às 14h!