O grande país da Ásia ultrapassou 100.000 casos em 24 horas no último fim de semana. A região pode se tornar o novo epicentro da pandemia, deslocando o Brasil.
Por: Virginia Bertoldi
Mais de 50% desses casos foram registrados em Maharashtra, cuja capital é Bombaim. Com isso, chega a um total de 12,6 milhões de casos desde o início da pandemia.
No país, já foi detectada a circulação de três cepas diferentes: a britânica, a brasileira e a sul-africana. No estado de Punjab, durante o mês de março, foi relatado que 80% dos pacientes estavam infectados com a cepa britânica. Uma cepa “duplo mutante” foi até descoberta em Maharashtra.
A Índia é um dos principais países produtores da vacina AstraZeneca, Covishield. Até poucas semanas atrás, era um de seus principais exportadores, mas a pressão do Estado sobre o Instituto do Soro fez com que fosse reduzido para priorizar as necessidades nacionais. Além disso, é um dos poucos países que pode se abastecer de vacinas, já que produz uma segunda desenvolvida pela Bhaat Biotech. Em qualquer caso, a Índia não excede 1% das pessoas (10 milhões) vacinadas com ambas as doses.
A vacinação é lenta em comparação com 1,4 bilhão de habitantes. As outras seis vacinas que estão em desenvolvimento no país podem não ser certificadas até meados do ano, o que significa que até lá não serão produzidas em massa e a demanda vai superar o estoque.
Durante este ano, a capacidade de testar e tratar a doença cresceu exponencialmente. O número de laboratórios no estado de Maharashtra cresceu de 2 para mais de 500, e os leitos disponíveis para pacientes da covid multiplicaram-se por 37. Mesmo assim, os leitos estão concentrados nas metrópoles indianas. As pequenas cidades e áreas periféricas estão passando por um período de crescimento nos casos, com muitos viajando para as grandes cidades, às vezes tarde demais para obter ajuda.
As autoridades de Bombaim decidiram adiantar o toque de recolher, que começou às 20h00, foi para às 19h00. Também assumiram a definição de fechamento de bares, restaurantes, locais de culto etc., Junto com a proibição de reuniões de mais de quatro pessoas e o confinamento de final de semana.
Em Nova Delhi, que começou a reabrir escolas em fevereiro, eles já as fecharam novamente. Da mesma forma, repete-se a medida dos governos de recusar a quarentena total do ano passado, já que a recuperação econômica seria retardada.
No país vizinho de Bangladesh, o fechamento do fim de semana também foi ordenado, exceto para a indústria.