Para derrotar o fascismo nas urnas, é preciso derrota-lo nas ruas
Organizemos Comitês Antifascistas em todo o país
Uma eventual eleição de Jair Bolsonaro (PSL) colocaria em jogo o combalido regime democrático burguês que vivemos hoje. Apesar dos limites e contradições do atual regime, devemos lutar a fundo para manter as conquistas democráticas depois de décadas de ditadura militar.
Essas eleições são tão importantes para o destino do Brasil e da América Latina que uma infinidade de celebridades, artistas e figuras públicas de expressão nacional e internacional se posicionaram contra Bolsonaro. Pois é uma figura que causa repulsa imediata a quem tem a mínima sensibilidade com as causas sociais, os direitos democráticos e os direitos humanos.
O projeto da classe dominante em todo o continente vai no sentido de reprimir com mais dureza os movimentos sociais e políticos que se enfrentam com as distintas formas de governo que, em meio à crise, querem impor terríveis ajustes aos de baixo.
No Brasil o que está em disputa não é apenas uma eleição presidencial, mas a manutenção ou não do atual regime, pois Bolsonaro representa um projeto que visa eliminar o direito democrático básico de poder lutar em defesa dos direitos.
Além disso, na lista do candidato do PSL figuram outros ataques brutais ao povo e à soberania nacional, tais como: diminuição da maioridade penal, fim da aposentadoria para amplos setores, privatização generalizada das empresas públicas e cortes dos gastos públicos em saúde e educação.
A burguesia quer evitar de forma preventiva que a dureza dos ataques produza manifestações como as de Junho de 2013, a atual rebelião dos estudantes na Nicarágua ou a onda crescente de indignação na Argentina que está prestes a gerar mais um Argentinazo (rebelião popular que derrubou 4 presidentes no final de 2001).
A partir do avanço do conservadorismo nos costumes, da crise de representação política, da desmobilização popular provocada pela burocracia sindical e partidária e do desespero com o desemprego e as condições de vida, foi construída a ilusão de que os terríveis problemas sociais que vivemos podem ser resolvidos a partir de um “salvador da pátria”.
Essa onda político-eleitoral neofascista não pode ser detida apenas a partir da disputa eleitoral. As traições políticas do PT, tais como: rendição e entrega de Lula à prisão porque “confiava na justiça”, não atacar Bolsonaro no primeiro turno porque “seria o candidato mais fácil de bater no segundo turno” e evitar a mobilizar de rua porque “não ganha votos”, contribuíram para o atual cenário. Se não revertermos essa situação estaremos fadados à derrota.
Para reverter este quadro podemos contar apenas com a mais ampla mobilização de todos os setores da sociedade para frear a onda neofascista que se apoderou das eleições. O medo tem que ser transformado em ação para que em 28 de outubro não seja eleito um facínora a serviço de atacar direitos básicos dos trabalhadores.
É por isso que o PT, a CUT e os demais partidos e dirigentes que se dizem defender os direitos democráticos têm o dever de romper com o jogo de cartas marcadas da disputa eleitoral por cima. Devem organizar Comitês de Frente Única Antifascista e chamar a mais ampla mobilização nacional na próxima semana. Além disso, devem convocar atos durante a próxima semana em todo o país, precisam mobilizar desde a base dos trabalhadores, com assembleias, paralisações e dias de luta.