Juventude Já Basta!

Desde o final de 2023, a Reitoria da Universidade de São Paulo mantém um persecutório processo administrativo contra 5 estudantes por manifestarem solidariedade à luta do povo palestino frente ao genocídio colonial de Israel. Além desta medida de clara censura política, a Reitoria de Carlos Carlotti, aliada do sionismo e do governo de extrema direita de Tarcísio, agora ameaça impedir a colação de grau de um dos 5 processados como forma de punição. Na prática, a reitoria da USP atua como braço repressor do sionismo em uma conjuntura tensionada pela sanha ultradireitista e genocida de Trump e Netanyahu que agora ameaça encerrar o cessar-fogo e avançar novamente sobre Gaza e os palestinos. 

Em denúncia publicada pelo Comitê de Estudantes em Solidariedade ao Povo Palestino (ESPP-USP), uma frente integrada pela Juventude Já Basta! e outros setores estudantis, foi noticiado que este estudante foi notificado às vésperas de sua colação de grau de que não poderia receber o certificado de conclusão de curso. O motivo desta sanção completamente ilegal é o seu processo administrativo ainda pendente em instâncias da universidade.

Para que se tenha ideia, sequer as prerrogativas internas deste processo  são respeitadas pela universidade, já que a banca julgadora ignora o prazo estipulado para a publicação de seu parecer em uma clara intenção de postergar o processo e trazer prejuízos aos estudantes mesmo sem qualquer tipo de condenação formal. 

O Processo Administrativo-Disciplinar (PAD) enfrentado pelos companheiros se baseia em normas disciplinares da USP implementadas em 1972 para coibir a atividade política que percorriam corredores da universidade durante a ditadura militar. Mesmo a Procuradoria Geral da USP declarando como inconstitucionais tais normas autoritárias, este regimento segue vigente e é utilizado pela Reitoria da USP para criminalizar as lutas estudantis e, neste caso, calar a voz daqueles que corajosamente denunciam a limpeza étnica do povo palestino. Neste link, encontra-se o link do abaixo assinado organizado pela ESPP em defesa da suspensão dos processos administrativos contra luta estudantil pela causa palestina. 

A Universidade de São Paulo, fazendo dos rankings de excelência e da “defesa da democracia” o seu marketing, tenta esconder seu modus operandi elitista e autoritário digno de uma estrutura institucional de poder monárquica que elege seus cargos sem qualquer participação direta da comunidade. Pura negociata entre a burocracia universitária e o governo do Estado. Vale lembrar que este ano, o governador Tarcísio de Freitas será quem escolherá o próximo reitor de nossa universidade, um processo que precisa ser acompanhado de perto pela pressão da luta auto-organizada dos estudantes. 

Frente aos ataques sionistas e punições da Reitoria, é preciso responder com a mobilização estudantil na mais ampla unidade e sem qualquer confiança na burocracia universitária. Segue de pé a luta em solidariedade ao povo palestino e pela suspensão dos vínculos acadêmicos da USP com as universidades israelenses. 

Neste sentido, é preciso fazer da Calourada, espaço de recepção dos alunos ingressantes, não só um momento de acolhimento, mas também de politização da base para que possamos envolver a comunidade universitária e apontar as perspectivas de luta para este ano. Somente pela força da luta em unidade com os trabalhadores e os professores, que faremos avançar enfrentamentos fundamentais como a luta por mais democracia na USP, o fim dos vínculos acadêmicos da USP com universidades israelenses, a conquista das Cotas Trans e PCDs, permanência estudantil para toda a demanda e o Retorno do Gatilho Automático de Professores.