25 de junho de 2019
Declaração da Corrente Internacional Socialismo ou Barbárie
Desde o final de abril, o povo hondurenho retomou as ruas em repúdio às tentativas do governo de Juan Orlando Hernández (JOH) de privatizar a educação e a saúde. Este ataque se inscreve na ofensiva contra os setores explorados e oprimidos que vêm sendo executados por todos os governos após o golpe militar de 2009.
Além disso, faz parte da espoliação capitalista e imperialista do país que gerou uma enorme decomposição social, que se traduz em pobreza, desigualdade, violência e expulsão em massa de pessoas como são as caravanas de migrantes. Um regime que tenta explorar ao máximo as riquezas do país a qualquer custo, humano e ambiental.
Nas últimas semanas os protestos se intensificaram com a incorporação de setores importantes para as ações de luta. Os estudantes tomam suas faculdades, os trabalhadores se somam às greves, às assembleias, o transporte está paralisado, a gasolina começa a se esgotar. As melhores tradições de luta do povo hondurenho são expressas novamente neste novo confronto com o regime ditatorial.
Apesar dessa pressão, JOH afirma que ele continua no poder e ordenou que a polícia e o exército aumentassem as ações repressivas. Assim, na quinta-feira passada, a Polícia Militar entrou na Universidade Nacional Autônoma de Honduras (UNAH) para reprimir os jovens manifestantes em clara violação da autonomia universitária e com métodos característicos de regimes ditatoriais.
Essas ações arbitrárias colocam uma base para uma nova fase de repressão com o objetivo de permanecer no poder e sufocar a oposição para não dar a possibilidade de avançar a luta como nos níveis que a Nicarágua viveu no ano anterior, onde uma revolta popular colocou contra as cordas o governo de Daniel Ortega.
O governo de JOH, como um bom lacaio e fantoche da política imperialista dos Estados Unidos, recebeu um impulso do mestre do Norte. O regime não só permite a existência de uma enorme base militar dos EUA em seu território – a Palmerola – mas também a presença de forças estrangeiras. Assim, na sexta-feira anterior, mais de 300 fuzileiros navais do Comando Sul do Exército dos EUA chegaram ao país. A versão oficial indica que esse contingente vem para fornecer ajuda humanitária, mas seu propósito real é a intimidação e o apoio logístico ao regime ditatorial.
O “Fora JOH” parece agora mais indispensável do que nunca. É necessária uma coordenação nacional que organize as ações de luta com assembleias de estudantes, sindicatos, trabalhadores, camponeses, indígenas e etc. com a perspectiva de avançar em uma greve geral que paralise o país até derrotar o regime golpista.
Desde a corrente internacional Socialismo ou Barbárie (SoB) nos solidarizamos com a luta do povo hondurenho contra o governo ditatorial do JOH, luta que fazem parte nossos/as companheiros/as de SoB-Honduras. Exigimos o fim da repressão nas manifestações de trabalhadores, estudantes e movimentos populares, bem como a retirada imediata do regime JOH.
Fora JOH! Já basta de repressão aos trabalhadores, estudantes e as manifestações populares!
