Direita que fez parte das primeiras mobilizações pró golpe mobiliza exigindo que se consagre o golpe e permitam se apresentar apenas à velha direita autoritária, racista e descaradamente pró-imperialista. A política de concessões e pacificação na verdade é capitulação.
Marcel Lig, 16/12/2019
“MAS de novo, nem a pau […] esse câncer tem que desaparecer, se não vai voltar e vai matar a todos nós”. Afirma um porta-voz de um dos grupos de extrema direita em vídeo que circula nas redes sociais.[1]
Um grupo chamado “Geração 21” apresentou uma queixa ao Supremo Tribunal Eleitoral, que afirma que, como o MAS seria responsável pela suposta fraude nas últimas eleições, o status legal do partido deve ser retirado e, com ele, a possibilidade de se apresentar às eleições.
Com base apenas no relatório da OEA (que deu apoio imperialista ao golpe), esse grupo também começará uma campanha para reunir assinaturas para apoiar sua iniciativa. Esses são os mesmos setores brancos e racistas que fizeram parte das mobilizações iniciadas pelos fascistóides “cívicos” de Camacho em Santa Cruz, que defendem abertamente sua supremacia em nome da “democracia”.
Ao mesmo tempo em que essa denúncia era realizada, o ministro Antonio Murillo afirmou que na região de Chaparé, região de Cochabamba, as próximas eleições não deveriam se realizar devido à falta de presença policial na área. A região de plantação de coca é uma área de forte resistência contra o golpe e de grande base do MAS em particular. Ativistas sindicais e camponeses não permitem a entrada de forças de segurança devido à constante violação dos direitos humanos após o golpe de estado que levou à implementação do governo de fato de Añez.
Cabe destacar que, na terça-feira (10), Almagro, secretário-geral da OEA, recebeu em Washington Luis Fernando Camacho, o líder fascista que liderou o golpe e as ações violentas contra a população indígena. Lá, ele reivindicou cinicamente seu “compromisso com a democracia“
Todo esse ataque do governo golpista para condicionar o processo eleitoral só pode ser desarmado pela resistência pela base dos povo indígena e trabalhador boliviano. Enquanto isso, o MAS continua seu acordo de “pacificação” com as autoridades governamentais de fato, mesmo depois deste mesmo governo deixar de cumpri-lo permanentemente.
Trad.: José Roberto Silva
[1]https://www.youtube.com/watch?v=10k88YIRbdw