Renato Assad
Na noite desta quarta-feira, dia 18 de março, aconteceu pelas principais capitais brasileiras um “barulhaço”, uma manifestação pelas janelas, varandas, sobrados e lajes, que pode colocar o governo e Bolsonaro contra a parede. Vale ressaltar, que na noite de ontem e de maneira espontânea (o ato organizado estava marcado para quarta-feira), houve muito barulho ecoando nestas mesmas cidades em repúdio e indignação frente a maneira com que o presidente e sua corja atacam e negam os setores mais vulneráveis.
No dia de hoje estava marcado um dia nacional de luta, de mobilização nas ruas que vinha sendo convocado há algum tempo, mesmo com certa timidez, isso porque a burocracia sindical cumpre o terrível papel de desmobilizar a base dos trabalhadores. Dadas as condições da crise pela qual atravessamos, as ruas foram suspensas e esta alterna manifestação traz um novo elemento na correlação de forças com o governo, num cenário grave de crônica recessão econômica onde o neofascista Bolsonaro age com completa irresponsabilidade e negacionismo frente a pandemia.
Ao mesmo tempo na instância parlamentar, movimentações por pedidos protocolares de processos de impeachment começam a ser entregues e articulados, trazendo uma disputa política institucional também importantíssima, mas que salientamos que não deve se dar de maneira unilateral sem um direcionamento político de construção e disputa direta nas ruas quando já for possível, entretanto os barulhaços devem continuar a serem construídos até lá.
Estamos diante de uma nova conjuntura mundial, em crise aguda, que coloca elementos extremamente novos e complexos a este “novo mundo” da pandemia. Um cenário que revela que o insuportavelmente agressivo e sufocante capitalismo está em um momento de extrema fragilidade e nos coloca a necessidade da construção de alternativas e ferramentas de intervenção na realidade.
Derrotar Bolsonaro deve ser a ordem do dia e com as mobilizações de hoje e um desgaste gigantesco de Presidente, mas que ainda assim cristaliza ataques brutais aos explorados e oprimidos. Devemos organizar a luta para que Bolsonaro não termine o seu mandato em hipótese alguma. Isso só será possível na permanente e cotidiana construção da luta, de denuncias e de exigências para que as maiores organizações mobilizem os trabalhadores. Hoje, por mais reformistas que sejam as pautas, é necessário defender uma política revolucionária. Além da luta política contra Bolsonaro combinada com as demandas específicas da atual conjuntura, é necessário construir uma saída para que o povo decida através de eleições gerais verdadeiramente democráticas.
Fora Bolsonaro!
Eleições Gerais já!