A luta contra a criminalização dos lutadores da USP demanda unidade

LUCIANO MATHIAS

No dia 14 de junho presenciamos a detenção de10 pessoas, dentre elas funcionários e estudantes, ligadas à USP.

Essa detenção ocorreu durante o ato realizado de manhã nas imediações da universidade para alertar a população contra a “reforma” da Previdência.

A detenção durou cerca de 36h, até a decisão da juíza que concedeu liberdade provisória a todos. Como é comum ocorrer, essas detenções foram feitas de forma totalmente arbitrária em meio a manifestação política dos estudantes e trabalhadores.

O objetivo da repressão desse movimento, e de outros ocorrido no mesmo dia, não é outro senão o de desmobilizar o movimento e atos contra a “reforma” da Previdência que se realizaram durante a Greve Geral do dia 14 de junho.

Em várias partes do Brasil ocorreram repressões como essa, só no Rio Grande do Sul mais de 50 detenções foram relatadas. É nítido que essas prisões e repressão estão atreladas à tentativa de intimidação dos manifestantes, pois movimentos massivos na rua podem mudar a correlação de força no cenário nacional e impedir ataques como o dessa “reforma” da Previdência e outros.

A concessão da liberdade provisória para os 10 manifestantes da USP foi uma vitória parcial do movimento e um alívio à injustiça que poderia ocorrer. Porém, o processo não acabou e os detidos ainda podem ter que responder a processo judicial.

A detenção já foi uma afronta ao direito de se manifestar e ir às ruas na luta por direitos. Mas, estamos diante de um cenário no qual a conjuntura política de ultradireita permeia vários setores da sociedade. Por isso, por mais que uma infinitude de provas sejam apresentadas, precisamos fazer uma ampla campanha contra a criminalização da luta e a abertura de processos judiciais.

É de extrema importância que todas e todos que defendem os direitos democráticos de se manifestar estejam na campanha dentro e fora da universidade contra a criminalização dos 10 manifestantes detidos. Na USP, todos setores políticos devem estar dentro dessa campanha. Desta forma, é urgente que o DCE, a ADUSP e o SINTUSP componham de fato essa campanha democrática organizando as atividades e fazendo os devidos chamados para a construção da mobilização.