Redação
No final desse mês, sábado dia 26, os companheiros do Socialismo ou Barbárie, sua juventude e seu movimento de mulheres fazem um importante evento-debate com lutadores, simpatizantes do PSOL, sua vanguarda e todos aquelas e aqueles interessados na articulação da esquerda, nos desafios de sua luta e, particularmente, nos debates em torno da agenda eleitoral.
A esquerda socialista está passando por um momento complicado do ponto de vista de sua organização. A onda reacionária presente acentua aquilo que chamamos de crise de direção revolucionária, o que nos leva, como organização que constrói o Partido Socialismo e Liberdade, a um debate profundo sobre o papel do nosso partido na luta da esquerda hoje, inclusive nas eleições.
Queremos destacar nessa discussão o papel do PSOL como alternativa à esquerda do PT e dos demais partidos que nasceram aparentemente com o proposito de lutar em defesa dos interesses dos trabalhadores e dos oprimidos, mas que tergiversaram sistematicamente nesse proposito ou foram a um caminho contrário, sem volta, ao dos interesses coletivos da classe trabalhadora e de suas lutas.
Após 14 anos de governos de colaboração de classes do PT, e de outras experiências históricas pelo mundo, parte importante da esquerda socialista não fez um balanço sério dessas experiências, causando equívocos profundos em suas estratégias políticas atuais. O que é extremamente nocivo para a consciência de setores amplos da vanguarda, pois não contribui para que esses tiram conclusões no sentido de que é necessário superar o lulopetismo e suas variantes nas eleições e nas lutas para que possamos enfrentar os desafios que a realidade nos impõe.
Causa-nos, assim, profunda preocupação os passos que a direção majoritária do PSOL vem dando no sentido de construir alianças eleitorais com o PT e seus satélites políticos para as eleições de 2020.
Nesse momento de ofensiva reacionária, a construção da unidade de ação para lutar contra os ataques e de frentes únicas são táticas decisivas diante da ofensiva reacionária. No entanto, confundir essas táticas com frentes políticas/eleitorais com o lulopetismo é criminoso politicamente. Pois, uma aliança eleitoral com o PT faria o PSOL perder toda a sua identidade como partido socialista, democrático, ético e construído pela base, que tem como estratégia central a luta independente e auto-organizada da classe trabalhadora e dos oprimidos para transformar radicalmente a sociedade.
Em nossa opinião, temos que construir chapas verdadeiramente de esquerda nas eleições de 2020. A depender da realidade local, podemos sair com candidaturas próprias no primeiro turno das eleições ou em chapas com organizações operárias, como o PSTU e PCB, mas NUNCA com partidos da ordem.
Pensamos que no segundo turno das eleições de 2020, ocorrendo de fato a ameaça de eleição de neofascistas em algumas cidades, o correto é chamar o voto contra candidaturas desse tipo, mas sem dar o menor apoio político a candidaturas do PT ou congêneres. Ou seja, devemos atuar da mesma forma que nas eleições presidenciais de 2018, quando chamamos o voto CRÍTICO em Fernando Haddad (PT) para derrotar Bolsonaro (PSL). De outra forma, estaríamos dando o apoio político a candidaturas que uma vez à frente de governos locais irão, certamente, atacar sistematicamente os trabalhadores para fazer administrações dentro da ordem.
Assim, para discutir esses temas e nos organizar para a luta no interior do PSOL em defesa da sua ameaçada independência, queremos convida-lo/a para esse debate que será realizado na Sede do PSOL de Santo André no dia 26/10 às 15h.
Contamos com a sua presença!